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Alta tecnologia e muita curiosidade dão fôlego à saúde

O bom uso da tecnologia e da criatividade se traduz em diagnóstico e tratamento mais precisos e eficientes nos serviços de saúde. Para isso, é necessário unir boa formação, pesquisa e recursos de ponta, interativos e digitais.

"O profissional deve estar atento a esse universo, saber explorá-lo e entender como pode garantir ao paciente maior acesso à saúde de qualidade", diz José Otávio Costa Auler Jr., diretor da faculdade de medicina da USP.

Julia Moraes/Folhapress
23 de setembro de 2016, especial sobre profissões: Na foto Marcelo Felix. (JULIA MORAES/ FOLHASP) ESPECIAL
O radiologista Marcelo Félix, 45, consultor em novas tecnologias para o hospital Albert Einstein

Os aparelhos são sofisticados, como as impressoras 3D que criam próteses perfeitas e réplicas de órgãos e fetos, além de robôs que simulam reações, como dor e febre.

Óculos de realidade virtual transportam especialistas e pacientes para dentro do corpo humano e ajudam em exames e outros procedimentos. Aplicativos e jogos são tendência para a promover boas práticas médicas e engajar o paciente no tratamento.

INTERPRETAÇÃO

"É preciso se envolver com pesquisa, ir a congressos e ter muita curiosidade para compreender a fundo essas tecnologias", diz Jorge Lopes, coordenador do laboratório Next, da PUC-Rio, que desenvolve equipamentos e serviços médicos de ponta.

O desafio é interpretar a relevância de informações e equipamentos e traduzi-la em custo-benefício para a empresa de saúde e seus pacientes, na visão do radiologista Marcelo Félix, 45.

Consultor em novas tecnologias do Hospital Israelita Albert Einstein, Félix considera fundamental o estreitamento entre saúde e tecnologia. "A interface entre os dois mundos aumenta o valor médico dos produtos de inovação e possibilita o desenho de algoritmos para a melhoria da prática médica."

Além da medicina, o radiologista estudou física e processamento de dados. A formação híbrida em saúde e tecnologia, tendência fora do Brasil, começa a aparecer por aqui. "O especialista que fala as duas línguas encontra um terreno muito fértil para crescer, porque um técnico não sabe avaliar a importância médica de um produto inovador", diz.

O neurologista Enrico Ghizoni, professor da Unicamp, também vê a área de saúde cada vez mais multidisciplinar. "O profissional tem de estar preparado para lidar com outros setores e saber se comunicar com especialistas de diversas formações."

Ghizoni fez parte da equipe responsável pela primeira reconstrução de crânio feita no Brasil com peça de titânio impressa em 3D. A cirurgia ocorreu depois de seis anos de pesquisa de médicos, físicos e engenheiros.

O profissional pode complementar uma boa graduação em saúde com cursos de extensão ou especialização em exatas, como matemática e tecnologia de informação.

"Ainda na universidade, dá para visitar a física ou a engenharia e conversar com colegas em busca de boas soluções para a saúde", indica Ghizoni.

SAÚDE

ONDE ESTUDAR

Centro Universitário São Camilo, Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, PUC-PR, UnB, Unifesp, Universidade de Mogi das Cruzes

DURAÇÃO

De 1 a 2 anos

O QUE FAZ

O profissional de saúde focado em tecnologia analisa e interpreta dados para embasar decisões e procedimentos médicos, como a realização de alguns exames e condutas de tratamento. Também avalia custo-benefício de equipamentos e serviços que podem fazer parte do hospital
ou da clínica onde atua

SALÁRIO INICIAL

R$ 2.700 (enfermeiro responsável técnico) a R$ 12.000 (médico)

PERFIL DESEJADO PELAS EMPRESAS

Compreensão de dados da área e dos equipamentos disponíveis

ONDE HÁ VAGAS

Hospitais, grandes clínicas e indústria de equipamentos para saúde

VISÃO DE QUEM FAZ

"Sem profissionais de saúde com visão de tecnologia, as empresas ficam estagnadas. A medicina está sendo potencializada pelos algoritmos e pela inteligência artificial, que dão suporte para decisões sobre diagnóstico e tratamento, especialmente em casos complexos. Temos muita oferta de produtos e precisamos saber onde realmente há valor", Marcelo Félix, 45, consultor em novas tecnologias para o Hospital Israelita Albert Einstein

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