No pequeno quadrilátero formado pelas avenidas Paulista e 23 de Maio, viaduto Júlio de Mesquita Filho e rua Frei Caneca, há seis hospitais renomados: Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa, Nove de Julho, Santa Catarina e Pro Matre.
Ao lado, instalaram-se clínicas, laboratórios e farmácias, que fazem da Bela Vista uma referência na área de saúde em São Paulo.
| Bruno Santos/Folhapress | ||
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| O arquiteto Ricardo Borges, no seu apartamento na Bela Vista |
De acordo com Bruno Vivanco, vice-presidente comercial da imobiliária Abyara Brasil Brokers, essa característica é um dos principais atrativos para quem escolhe morar na região. "A população de profissionais da saúde e de pessoas que desejam estar próximas desses centros médicos consome boa parte dos imóveis de Bela Vista."
O médico André Silvany, 26, alugou um apartamento de 116 m² no bairro. Queria morar perto dos dois hospitais onde trabalha: Sírio-Libanês e Oswaldo Cruz. "No meu prédio moram outros dois funcionários do Sírio. Tem também um casal de idosos que se mudou de Santos para cá para ficar perto desses hospitais", diz ele.
O médico, porém, admite que a região é um pouco barulhenta, já que há também uma concentração de bares na vizinhança.
"Muitos médicos compram como investimento, pensando em locar para residentes que vêm de outras cidades. O fluxo é grande", diz Felipe Coelho, diretor comercial da You,inc, que lançou em setembro o You,Link Paulista, o quarto empreendimento da construtora no bairro.
Com imóveis de 20 m² a 65 m² e até três dormitórios, o You,Link Paulista já tem 70% das 268 unidades vendidas, boa parte para investidores. Segundo a Geoimovel, o metro quadrado no prédio custa a partir de R$ 7.647.
De acordo com o Secovi-SP, não havia registros de lançamentos de imóveis de três dormitórios desde 2012. A maioria das plantas é de um quarto. "Fizemos uma pesquisa e constatamos a demanda. A Bela Vista é mais 'família' que os outros bairros do centro", diz Coelho.
Antonio Setin, presidente da Setin Incorporadora, concorda: "A Bela Vista é mais calma e menos pulsante do que as regiões da Sé ou da avenida São Luiz, por exemplo. O perfil de morador é de jovem descolado, mas um pouco mais velho, solteiro ou casado e sem filhos", diz ele, que entrega em 2017 o Downtown Genebra na Bela Vista.
O empreendimento terá estúdios e apartamentos de um dormitório, entre 37 m² e 80 m². De acordo com a Geoimovel, o metro quadrado custa a partir de R$ 11,4 mil.
O técnico de manutenção de aeronaves Carlos Renato da Silva, 32, comprou uma das unidades em março deste ano. "Gosto do bairro. É perto de restaurantes, bares e teatros que frequento na República, em Santa Cecília e na avenida Paulista", diz ele.
Para Coelho, a proximidade da Paulista é um outro grande atrativo do bairro. "É um centro empresarial importante. Muitas trabalham nos escritórios da região. Além disso, tem opções de lazer e de transporte público."
O arquiteto Ricardo Abreu Borges, 35, trocou Pinheiros pela Bela Vista em fevereiro deste ano. De acordo com ele, a mudança foi muito menos pelo bairro e mais pelo imóvel –um apartamento de janelas grandes no alto de um edifício tombado na rua São Carlos do Pinhal, de onde se tem uma vista da cidade.
"Com o passar do tempo, descobri as qualidades daqui. A Paulista é um polo de atração. Tem metrô, shopping, banco, bares e, agora, é um parque aos domingos", diz.