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Grande São Paulo

Osasco tem bares de música caipira e casas de show para atrair roqueiros

Em Osasco, viola caipira e guitarra elétrica dividem espaço em bares, casas de show e até nas regras oficiais. Uma lei estadual reconhece a cidade como a "Capital da Viola", outra municipal determina que haja todo mês de julho uma semana de eventos dedicados ao rock por lá.

A música caipira já estava presente no município no início do século 20, quando se formaram as primeiras duplas. Mas a fama dos violeiros se espalhou na década de 1960 por meio de programas da extinta Rádio São Paulo.

Katia Kuwabara/Folhapress
ORQUESTRA DE VIOLEIROS DE OSASCO OSASCO, SP, 23.11.2016: Especial Morar Grande SP. Orquestra de violeiros de Osasco, para discutir duas alcunhas do lugar: cidade do rock e cidade da viola.Foto:Katia Kuwabara/Folhapress, FSP-SUP-ESPECIAIS) ***EXCLUSIVO FOLHA***
Ensaio da Orquestra de Violeiros de Osasco

"Pessoas do interior do Estado vieram trabalhar nas indústrias e tinham uma forte identificação com as modas de viola", diz Samuel Batista, diretor de artes da Secretaria de Cultura de Osasco.

Em 1969, foi fundada na cidade a primeira orquestra de viola caipira do país e, dois anos depois, foi aberta a Casa do Violeiro, que promove cursos e eventos. É onde a orquestra se reúne para ensaios e apresentações. "Temos cerca de 30 alunos que estudam viola. Fazemos de tudo para não deixar a música caipira acabar", afirma Antônio Cadeira, presidente da casa.

Outra filha de Osasco é a Associação Brasileira Cultural de Artistas Sertanejos, fundada em 1975 com o objetivo de estimular a produção do estilo musical. "O título da cidade é mais que merecido, apesar de as pessoas não darem tanto valor", diz Roque Prata, diretor da associação.

Para o empresário Messias Pavani Junior, 38, que abriu há três meses o bar Viola Véia, totalmente dedicado a esse som, é preciso reunir os interessados em música de raiz. "Os clientes me pedem para manter isso vivo", diz.

O local sempre enche às quintas e aos sábados, quando se apresenta a dupla Santello e Pavani, formada pelos irmãos de Junior.

Para Eva Coutinho, editora do site Cultura Osasco, faltam eventos na cidade que chamem a atenção das novas gerações para a música caipira. "O gênero que mais tem adeptos atualmente é o rock", diz ela. "Além das apresentações nos bares, existem muitos eventos coletivos."

O rock tocado na cidade atrai pessoas de toda a Grande São Paulo. "O público recebe bem as bandas autorais e vemos uma invasão de grupos de São Paulo, porque há muito lugar bacana para se apresentar aqui", afirma Junior Bertoldi, proprietário da Amplitude Studio.

Divulgação
Apresentação da banda Inocentes, no Pub Casa Amarela, em Osasco ORG XMIT: TYJ4C7-Ctgy6tetDgV7x ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Apresentação da banda Inocentes, no Pub Casa Amarela, em Osasco

A empresa dele é responsável pela organização da Semana do Rock e do Osasco Rock Fest, os dois principais eventos do estilo na cidade.

O interesse por esse tipo de música se intensificou depois do primeiro Osasco Rock Fest, em 2013. Na ocasião, o festival que prioriza bandas da cidade recebeu 110 inscrições de grupos locais. "Descobrimos que havia muito rock escondido por aqui", lembra Bertoldi.

Desde então, o número de bares e casas de show especializados nesse som vem aumentando. A Semana do Rock ocorre na cidade desde 2014, sempre em julho, com shows, cursos e workshops. Segundo os organizadores, o público dobra a cada ano.

Apostando nesse cenário, Paula Gironda, 36, vai inaugurar na Vila Campesina, em dezembro, o Gironda Rock Bar, um bar de rock de 250 m² e 500 lugares. "Queremos trazer bandas autorais de toda a região", afirma a empresária, que é casada com um roqueiro.

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