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Grande São Paulo

Novos moradores de Guarulhos obrigam restaurantes a se renovar

Guarulhos ganhou há duas semanas mais uma opção gastronômica: o restaurante Macaxeira. A casa do Tatuapé (zona leste da capital) que decidiu expandir seus negócios para a Grande São Paulo reflete o novo momento que a região está vivendo.

"Acreditamos no potencial de Guarulhos para receber um restaurante tradicional de comida nordestina", explica Maurício Santos, 40, gerente.

Eduardo Anizelli/Folhapress
GUARULHOS, SP, BRASIL, 18-11-2016, 20h00: Restaurante Forneria Capannone que fica na rua Lazaro Bueno Oliveira, em Guarulhos. Os bares e restaurantes de Guarulhos estao ficando mais sofisticados fazendo com que os moradores fiquem mais na cidade e nao saiam para Sao Paulo. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, FSP-SUP-IMOVEIS) ***EXCLUSIVO***
Restaurante Forneria Capannone, em Guarulhos

Osasco e Guarulhos viveram um 'boom' imobiliário nos últimos anos e, além de empreendimentos, ganharam novos moradores. Dos compradores de lançamentos em Guarulhos, 45% são da cidade de São Paulo. Em Osasco, 38%.

"Isso deve-se em parte à consolidação de serviços, com vasta gama de escolas, shoppings, faculdades, supermercados", diz José Roberto Federighi, vice-presidente executivo do Grupo Brasil Brokers em São Paulo.

Com moradores mais exigentes, comerciantes começaram a inovar e espelhar seus negócios em casas renomadas. Segundo William Paneque, presidente da ACE-Guarulhos, a cidade cresceu bastante no setor de gastronomia e entretenimento, principalmente na região da avenida Paulo Faccini. "Há opções de culinárias de diferentes países e regiões brasileiras", afirma.

Um dos exemplos é a Forneria Capannone, que significa "galpão" em italiano e que abriga trattoria, pizzaria, empório, jardim para eventos, adega climatizada e sala VIP equipada com cozinha, para reuniões de grupos.

Com funcionários vindos de restaurantes paulistanos como Parigi e Maremonti, o intuito da forneria é oferecer comida tradicionalmente italiana, feita com ingredientes de qualidade. Os clientes gastam, em média, R$ 95, segundo Emanuel do Nascimento, 37, supervisor-geral da casa.

Em Osasco, o clima argentino se mistura com a arquitetura colonial brasileira na casa de assados portenhos Cabaña Osasco.

Inaugurado há três anos, o restaurante fica ao lado da igreja matriz e em frente à praça Duque de Caxias, no centro da cidade.

"É comum as famílias saírem da missa de sábado e virem jantar aqui", conta Emília Cordeiro, 43, proprietária do local que, além de oferecer carnes da Argentina, do Uruguai e do Chile, conta com embutidos e empanadas produzidos artesanalmente.

"Moro em Osasco há mais de 30 anos e notei que a cidade teve uma mudança de perfil com a vinda de novos moradores", explica Cordeiro. "Nosso público é mais exigente porque frequenta restaurantes em São Paulo e espera encontrar a mesma qualidade aqui", diz.

A Cabaña oferece uma noite mensal de tango e jazz, adega climatizada e espaço para eventos como mini-weddings -pequenas festas de casamento em que a cerimônia é feita no próprio local.

Além de restaurantes que recebem um público composto de famílias, casais e pequenos grupos de jovens, o happy hour também ficou mais sofisticado nas duas cidades.

Guarulhos tem a rua Tapajós como exemplo, onde barzinhos fervilham nos fins de semana. O Boteco Boa Vista, aberto em 2013, foi o primeiro a trazer a "cozinha de boteco" à cidade, em um ambiente que lembra bares de São Paulo e do Rio de Janeiro. O gerente Irineu Cruz, 38, diz que, depois do Boa Vista, vieram outros 14 bares.

"Sempre frequentei restaurantes em São Paulo, raras vezes saía em Osasco. Agora, até meus amigos têm vindo para cá", diz a roteirista Camila Noronha Cruz, 34.

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