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Grande São Paulo

Em Guarulhos, Bosque Maia impulsiona novos empreendimentos

A região central de Guarulhos, ao redor do Bosque Maia, é hoje a mais nobre da cidade -e também a que tem terrenos com os preços mais altos. A valorização no entorno do parque tem feito com que bairros próximos, como Picanço e Gopouva, recebam novos empreendimentos.

"É um movimento normal. Os bons bairros tendem a crescer e irradiar para os que estão em volta", diz Celso Amaral, diretor da consultoria imobiliária Geoimovel.

No caso do Bosque Maia, segundo o urbanista Daniel Carlos Campos, professor da Universidade de Guarulhos, isso se dá porque o lugar é "uma referência de espaço qualificado".

Localizado na avenida Paulo Faccini, o parque tem quadras poliesportivas, pista de corrida, lago artificial e orquidário espalhados por 170 mil metros quadrados.

Os prédios erguidos a alguns quilômetros dali, como os do bairro Picanço, fazem questão de ressaltar a proximidade -nas propagandas ou mesmo em seus nomes. "Assim, eles procuram se vincular à área verde e de classe média alta", diz Campos.

Além da localização -também a poucos minutos de comércio, bares e restaurantes do centro-, eles conseguem oferecer preços mais baixos do que os de empreendimentos vizinhos ao parque.

A babá Dora Luiza Santos, 59, comprou há um ano uma unidade no Residencial Due Bosque Maia, que fica em Picanço, a cerca de dois quilômetros da área verde. "É uma caminhada boa, mas dá para ir a pé até lá", afirma.

O empreendimento, da incorporadora Vegus, tem duas torres prontas e uma ainda em construção (que deve ser concluída até julho de 2017). Os apartamentos, de 59 m² e dois dormitórios, custam a partir de R$ 320 mil.

Santos conta que escolheu o imóvel principalmente por causa do preço. "Nem procurei em São Paulo, porque só bairros mais afastados e sem estrutura caberiam no meu orçamento", diz.

Além do parque, ela destaca também a proximidade com o Parque Shopping Maia. Inaugurado em abril de 2015, o centro de compras tem lojas de grife como Tommy Hilfiger, Forever 21, Calvin Klein e John John. Na parte de alimentação, conta com duas redes de sucesso, o restaurante Outback e a sorveteria Bacio di Latte.

Ao lado do shopping está o empreendimento novo mais caro de Guarulhos, o Residencial Cidade Maia, da Eztec. Nas nove torres, divididas em cinco condomínios, o metro quadrado pode chegar a R$ 8.338, segundo a Geoimovel; a média da cidade é de R$ 5.745.

Com previsão de entrega para o ano que vem, os prédios terão unidades com área entre 38 e 154 metros quadrados e serviços no estilo "pay-per-use" -pelos quais o morador pode pagar uma taxa extra para ter acesso a lavanderia, limpeza diária dos apartamentos e até massagens.

TROCA DE PELE

Ainda com muitas casas e edifícios em construção, Picanço vem mudando de cara. "É um local que tende a se transformar, mas que ainda não trocou completamente de pele", afirma Celso Amaral, da Geoimovel.

Para Gustavo Coutinho, diretor de marketing da Vegus, o shopping ajudou a modernizar o bairro. "Picanço era uma área muito perto do centro, mas pouco explorada. Agora, está atraindo uma população nova, de classe média e perfil bem variado."

Além do Residencial Due Bosque Maia, a incorporadora tem outro lançamento na região, o condomínio The Gate, com unidades de 66 a 81 metros quadrados, a partir de R$ 385 mil. "Acreditamos que essa área tem grande potencial e vai crescer ainda mais", diz Coutinho.

A verticalização, porém, tem trazido transtornos para a cidade, de acordo com o urbanista Daniel Carlos Campos. "A maioria das ruas da região é estreita e não comporta o grande número de carros, o que intensifica o trânsito", afirma.

Outro problema é a ausência de um serviço de transporte de massa em Guarulhos -a segunda maior cidade do Estado, com cerca de 1,3 milhão de habitantes.

"É uma promessa de décadas que, se efetivada, ajudaria muito os moradores, principalmente aqueles que trabalham em São Paulo."

A linha 13-jade da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), por exemplo, que ligará o aeroporto de Cumbica a São Paulo, deve ficar pronta no primeiro semestre de 2018 -o planejamento inicial era 2014.
"É preciso entender a mobilidade a partir de uma perspectiva metropolitana, articulada com os municípios vizinhos, o que não acontece hoje", avalia Campos.

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