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itaim e vila olímpia

Igreja na Vila Olímpia atrai público com música alta e mensagem inclusiva

A contagem regressiva explode em uma música dançante. O público, a maioria jovem, canta, levanta as mãos, e o culto na igreja evangélica se confunde com um show de indie-eletrônico.

Quando o pastor australiano Chris Mendez, responsável pela igreja Hillsong em São Paulo e Buenos Aires, sobe ao palco e avisa, em um português um pouco arrastado, que aquela é a "melhor igreja de Vila Olímpia", os aplausos irrompem.

Mendez passa então a falar em inglês sobre como as igrejas cristãs excluíram as pessoas. O discurso é traduzido simultaneamente para o português por um pastor brasileiro que acompanha seus movimentos no palco.
"Jesus andava com prostitutas e outras pessoas que a religião não aceitava. Ele é inclusivo", afirma Mendez durante entrevista.

"Você vai poder ver aqui um homem de negócios bem sucedido ao lado de alguém muito pobre. Não dividimos as pessoas em categorias, nossas portas estão abertas para todos", afirma. A Hillsong, por exemplo, não discrimina homossexuais.

A organização nasceu, na década de 1980, como Hills Christian Life Center (Centro de convivência cristã de Hills, em tradução livre) em Baulkham Hills, um subúrbio de Sidney, na Austrália.

O nome "Hillsong" veio em 2001, ao mesmo tempo em que as músicas da banda homônima da igreja alcançavam sucesso mundial.

A Hillsong já apareceu pelo menos duas vezes na lista da revista norte-americana Billboard dos 10 álbuns de música mais populares.

Hoje, ela está em 20 cidades de 17 países, incluindo Rússia, Israel e África do Sul. A unidade que agora fica na Vila Olímpia foi inaugurada em 30 de outubro de 2016.

Após passar dois meses no Audio Club, uma casa de shows na Barra Funda, a igreja se instalou na rua Funchal, em um espaço de eventos, o Villaggio JK.

"É um bairro com poucas igrejas, então é um excelente lugar para estarmos", diz Mendez. "Em uma cidade tão grande como São Paulo existem muitas pessoas que não têm fé. Quando temos mais pessoas fora de igrejas do que dentro delas, ainda precisamos abrir novas igrejas."

A fama internacional ajuda a lotar o espaço nas reuniões dominicais. Passam por ali entre 1.700 e 2.500 pessoas todas as semanas.

A administradora de empresas Beatriz Kallaur, 24, é uma delas. Segundo ela, que mora perto da rua Funchal, a Hillsong é como sua casa.

"Aqui vi muita gente diferente de mim, mas isso não me incomoda. Sinto que pertenço a essa comunidade."

Grande parte dos frequentadores tem a idade de Kallaur, mas Mendez disse que não existe um público-alvo.

"Nós apenas queremos fazer uma igreja de um jeito empolgante, e acredito que nosso estilo tem um apelo maior entre jovens", afirma o pastor. "Eu percebo que eles estão enjoados de religião do jeito tradicional, cheio de regras", acrescenta.

Apesar da música alta e das luzes estroboscópicas, um grupo de voluntários diz que o número de cadeiras reservadas para idosos e pessoas com deficiência aumenta a cada semana.

Mas muitas pessoas que vão, diz Mendez, ainda são visitantes curiosos que querem ver como é a Hillsong.

Outros já esperavam ansiosos a filial brasileira. É o caso do engenheiro Newton Tanaka, 42, que frequentou a unidade de Londres durante os nove anos em que morou na Inglaterra.

"Quando vi o anúncio na internet de que a Hillsong viria para o Brasil, fiquei muito feliz", disse Tanaka, que mora e trabalha no bairro.

"Avisei na mesma hora o pastor da minha antiga igreja, em outro bairro, que viria para cá", conta.

Questionado se planeja expandir a igreja pelo Brasil, Mendez responde: "Eu nunca vou dizer nunca", diz, em referência a um dos sucessos do cantor Justin Bieber, que frequenta a Hillsong nos Estados Unidos.

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