Um saco de cimento de 50 quilos para todos os tipos de obra custa, em média, R$ 25 nas casas do ramo.
Multiplica-se o valor centenas de milhares de vezes e o resultado é a cifra que deve ser movimentada (R$ 20 milhões) em uma única rodada de negociações com duas horas de duração na Feicon Batimat (Feira Internacional da Construção Civil) deste ano.
As transações envolverão muito mais que cimento.
O evento, que chega a sua 23ª edição em 2017, juntará 18 setores debaixo de um mesmo teto, o centro São Paulo Expo, entre 4 e 8 de abril: de serviços profissionais e TI a decoração, passando por automação e segurança, máquinas e equipamentos para construção e aquecimento e refrigeração de ambientes.
Desde sua criação, o evento sempre ocorreu no primeiro trimestre do ano, abrindo o calendário de vendas da construção civil, diz Alexandre Brown, diretor da feira.
"Recebemos dos expositores o retorno de que eles aguardam a Feicon para lançar um produto no mercado."
Neste ano, o número de empresas participantes deve ficar na casa dos 400, entre nacionais e estrangeiras (30% do total).
Bruno Santos/Folhapress | ||
Vista do Tatuapé, na zona leste, a partir da cobertura do hotel Tryp |
FOCO EM NEGÓCIOS
Já o público pode até diminuir, por razões estratégicas.
"Nosso foco agora é em negócios. Não queremos o visitante apenas curioso, queremos o visitante que vai para fazer negócios", afirma.
Em 2016, 96 mil pessoas passaram pelo evento. A maioria, entre 60% e 70%, era de lojistas e varejistas. O restante era composto por arquitetos, engenheiros e gente de construtoras.
"Por essa razão, a Feicon não tem mais a parte de entretenimento, por exemplo", diz o executivo.
Nessa mesma chave, foi ampliada de uma para duas horas a duração da rodada de negociações, quando compradores previamente cadastrados têm um tête-à-tête com os expositores.
A organização espera, assim, movimentar, no mínimo, o dobro do valor do ano passado (R$ 10 milhões).
"Isso é apenas uma das ações promovidas. Não é possível dizer que a feira movimentou R$ 10 milhões. Não conseguimos mensurar quanto a Feicon movimenta para além desse encontro, já que as partes também realizam negócios após o evento", acrescenta Brown.