O Jardim das Vertentes está crescendo. O pequeno bairro da zona oeste, vizinho ao Butantã e à Vila Sônia, ganhou uma série de condomínios de prédios que fazem companhia às casas tradicionais na região.
A mudança foi impulsionada pela promessa da chegada do metrô ao bairro em 2004. Após uma série de atrasos, a inauguração da Vila Sônia da linha 4-amarela está prevista para 2019.
"Sem dúvida foi depois do metrô que o bairro começou a crescer", diz o autônomo Ediberto Júnior, 46, morador há 16 anos do condomínio Villes de France.
O empreendimento fica na rua Trajano Reis, que ilustra bem o cenário do bairro, com os grandes condomínios tendo como vizinhos sobrados geminados.
Apesar de estar localizado entre duas grandes vias -a rodovia Raposo Tavares e a avenida Eliseu de Almeida-, o Jardim das Vertentes mantém características residenciais, com ruas estreitas e pequeno comércio, como padarias e lanchonetes. "No fim de semana me sinto em uma cidade do interior", diz Júnior.
No início dos anos 2000, um grupo de moradores tentou até transformar o bairro em um condomínio fechado, limitando o acesso de visitantes, mas a iniciativa foi proibida pela Justiça.
Para Marcelo Dzik, diretor comercial da construtora Even, essa série de fatores fez a região atrair novos lançamentos.
"Detectamos um potencial reprimido, era uma região com poucos lançamentos", diz ele. "A localização e o perfil mais tranquilo são os diferenciais", afirma.
A empresa lançou ano passado no bairro o Praça Butantã. Com unidades a partir de R$ 405 mil, dois e três dormitórios e entre 50 m² e 67 m², o condomínio oferece academia e piscina.
O perfil do morador, segundo Dzik, é de casal sem filhos. É o caso do publicitário Renato Castanho, 47. Há dois anos ele trocou a Vila Andrade, no Morumbi, para morar com a mulher em um apartamento novo no bairro.
"A primeira coisa que me atraiu foi a área verde. Tem praças, um grande espaço com árvores nativas que vejo da janela", afirma. O maior problema, diz o publicitário, é a segurança, principalmente com furtos e roubos.
Para combater isso, os moradores se organizaram em um núcleo sobre a questão, do qual participam também comerciantes e a administração dos prédios. "Todas as portarias têm rádio e temos um grupo no WhatsApp com todos, o que já fez os crimes caírem", diz André Lima, um dos coordenadores.