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Avenida Pacaembu passa por mudança no perfil de negócios

Fotos Bruno Santos/Folhapress
Fachadas de imóveis disponíveis para locação na avenida Pacaembu, na região central de São Paulo
Fachadas de imóveis disponíveis para locação na avenida Pacaembu, na região central de São Paulo

Um rapaz dorme com a boca aberta, sentado em frente à porta de uma casa vazia, que já abrigou uma agência bancária na avenida Pacaembu, no centro de São Paulo.

Em meio às pichações no imóvel, salta uma placa com dizeres que se repetem ao longo da via: "Aluga-se". São 20 no total, num universo de ao menos cem casas, que tem entre 200 e 1.000 metros quadrados.

Um dos anúncios está pendurado há cerca de dois anos, na antiga sede do escritório Sucupira Advogados, na altura do número 700.

Pequenos escritórios como esse estão deixando a via, colaborando para o seu esvaziamento, afirma Antônio Oliveira, dono da franquia da imobiliária Paulo Roberto Leardi no bairro.

"Eles estão migrando para prédios comerciais, onde encontram mais segurança e comodidade", diz.

Foi o que aconteceu com o escritório fundado por Ricardo Sucupira. Hoje, ele opera em um edifício na Vila Leopoldina (zona oeste). "A região em que estávamos apresentava riscos, principalmente à noite", afirma.

O mesmo ocorre com consultórios de dentistas e médicos, de acordo com Sérgio Machado, diretor comercial da imobiliária Kauffmann no Pacaembu. Entre os motivos, também está a recessão.

"Esse profissionais viam nesses imóveis um endereço atraente e tinham uma expectativa de arrecadação que justificava esse tipo de locação. Hoje, eles estão compartilhando consultórios em edifícios", afirma.

Segundo dados do portal ZAP, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, a média do preço do metro quadrado para locação comercial no bairro foi de R$ 47,53, entre abril de 2016 e março deste ano. O levantamento mostra uma queda no preço: de R$ 51,43, em abril do ano passado, para R$ 44,15 o metro quadrado, em março de 2017.

Apesar disso, Machado acredita que os proprietários são resistentes a abaixar ainda mais os valores.

"Com o metro quadrado a R$ 30, R$ 35, a avenida estaria mais ativa", diz. Sandra Nunes, diretora da unidade da Local no bairro, concorda. "Os proprietários têm que cair na real."

Ela cita como exemplo uma casa que está no mercado há três anos, com valor de aluguel estipulado em R$ 30 mil pelo dono. "Não vale nem R$ 12 mil, e precisa de reformas."

Fotos Bruno Santos/Folhapress
Fachadas de imóveis disponíveis para locação na avenida Pacaembu, na região central de São Paulo
Fachadas de imóveis disponíveis para locação na avenida Pacaembu, na região central de São Paulo

NOVOS MORADORES

Na mão contrária, negócios voltados para bichos estão investindo e ocupando cada vez mais espaço na avenida.

Uma das veteranas é a rede de franquias DrogaVet, de farmácias de manipulação veterinária. Há dez anos, o franqueado Juliano Cortes abriu uma unidade da empresa na avenida, em um imóvel de 180 metros quadrados. "Naquela época, estávamos praticamente sozinhos", afirma.

Hoje, são ao menos cinco outros negócios, incluindo uma creche para cães.

Em 2015, Cortes apostou no crescimento desse mercado na avenida e transferiu a operação para um imóvel maior, de 900 metros quadrados.

"A Pacaembu está se tornando um centro pet de São Paulo. Estamos perto de Higienópolis, um bairro com uma grande concentração de animais domésticos", diz.

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