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Babá de planta e dublê de vizinho mantêm a casa em ordem nas férias

Quem vai sair de férias e quer garantir que a casa fique em ordem durante o período já pode recorrer a profissionais como "dublê" de vizinho, babá de plantas e de animais de estimação.

Batizado de Bom Vizinho, o serviço da rede de franquias Maria Brasileira disponibiliza um funcionário para ir até a residência do cliente, recolher correspondências e verificar se está tudo em ordem. As checagens são feitas duas vezes ao dia, geralmente de manhã e no fim da tarde. Depois, os proprietários recebem uma mensagem pelo celular com as atualizações.

"Tudo o que um bom vizinho faria", diz Eduardo Pirré, diretor de operações da rede. O serviço custa em torno de R$ 60 por dia.

A empresa também oferece "pet sitters" para cuidar de animais que não puderam acompanhar os donos na viagem. São duas visitas por dia, que incluem a troca de ração, de água e a limpeza do espaço do bichinho. A diária custa cerca de R$ 80.

Outra opção para aqueles que preferem evitar hotéis voltados para animais é deixá-los na casa de outras pessoas. A plataforma DogHero, criada em 2014, ajuda nessa tarefa, conectando donos de cães com anfitriões.

Karime Xavier/Folhapress
A publicitária Rossana Arriens, 37, com a cocker Eugênia em seu apartamento, em São Paulo
A publicitária Rossana Arriens, 37, com a cocker Eugênia em seu apartamento, em São Paulo

O usuário se cadastra, descreve o cachorro e vê os lugares mais próximos onde pode hospedar o animal. É possível conferir as avaliações dos anfitriões e marcar um encontro antes da viagem.

A publicitária Rossana Arriens, 37, dona de uma cocker chamada Eugênia, começou a usar a plataforma em 2015. A cachorra tem uma doença crônica no intestino, o que levou Rossana a ficar um tempo sem viajar. "Achava que ninguém fosse cuidar dela como eu", conta.

Até que encontrou um casal com avaliações positivas no aplicativo e decidiu arriscar. Desde então, Eugênia já ficou mais de dez vezes na casa dos dois. "Eles me mandam fotos e vídeos e até a deixam dormir no quarto com eles", diz Arriens, que paga R$ 108 por noite (o valor varia segundo o anfitrião).

Plantas também exigem cuidados de babás durante a ausência dos moradores.

Foi pensando nisso que a paisagista Ligia Muccillo, 32, do Ateliê Aquela Flor, decidiu oferecer o serviço de "plant sitter", que inclui rega, retirada de folhas secas, adubação e até o envio de fotos para os clientes. Por dia, cobra entre R$ 50 e R$ 80.

"As pessoas criam vínculos com as plantas e não querem ter a surpresa de encontrá-las mortas na volta da viagem", diz Muccillo, que atende em bairros na região central de São Paulo.

DÊ UMA PAUSA

Viajar não precisa ser apenas sinônimo de gastos com a casa. É possível cancelar serviços de telecomunicações e de fornecimento de água e gás durante o período de ausência, mas, segundo especialistas, nem sempre o esforço vale a pena.

Os serviços de telecomunicações, como internet e televisão por assinatura, podem ser suspensos por um período de 30 a 120 dias ao ano, conforme determina uma resolução da Anatel, afirma Fátima Lemos, assessora técnica do Procon-SP.

Tanto a suspensão quanto a reativação dos pacotes de TV e telefonia não podem ser cobrados. E a religação deve ser feita em até 24 horas, de acordo com a especialista.

Para Ione Amorim, economista do Idec, o cancelamento temporário pode não valer a pena se for por menos de um mês, porque a viagem pode não coincidir com o fechamento da fatura, levando os moradores a ficar sem os serviços quando retornarem.

Também é possível cancelar o fornecimento de água e gás. A diferença é que, nesses casos, as concessionárias cobram taxa de religação. A Sabesp informou que cobra R$ 41 para desligar o fornecimento de água para o imóvel, e R$ 40 para religar. Considerando que a taxa mínima da empresa é de R$ 22,38, a suspensão não vale a pena para períodos curtos.

A Comgás, por sua vez, permite que o cliente suspenda o fornecimento de gás por 30 dias. Nesse período, será cobrada uma tarifa mínima de R$ 9,22. O restabelecimento do serviço custa R$ 165,03, valor que inclui taxa de visita, colocação de medidor e abertura do gás.

Já a Eletropaulo informou que não oferece o serviço de cancelamento temporário de fornecimento de energia. Se não houver consumo de energia na casa durante a viagem, é cobrada uma taxa de, no mínimo, R$ 20.

COMO ECONOMIZAR ENERGIA E EVITAR ACIDENTES

Malas feitas, serviços devidamente contratados ou cancelados. Hora de viajar? Talvez ainda não. Antes de trancar a porta e partir, é preciso tomar alguns últimos cuidados com a casa.

O primeiro passo é tirar os aparelhos elétricos da tomada, como observa Agostinho Pascalicchio, professor de engenharia da Mackenzie. Entram nessa lista itens como televisão e micro-ondas.

"Não apenas para economizar na tarifa de energia, mas também para prevenir eventuais acidentes, como curtos-circuitos", diz, acrescentando que é importante também manter a válvula do gás de cozinha fechada.

No caso da geladeira, a recomendação do especialista é reduzir a potência do aparelho e jogar fora alimentos que podem estragar.

Karime Xavier/Folhapress
Casal Durval e Meiry Antonaglia e a filha Tabatha em seu apartamento, em São Paulo
Casal Durval e Meiry Antonaglia e a filha Tabatha em seu apartamento, em São Paulo

O casal de empresários Durval e Meiry Antonaglia, de 56 e 54 anos, não tomou as devidas precauções e teve uma experiência traumática em dezembro de 2012.

Com o freezer lotado de carnes, embarcaram, de última hora, para viagem de dez dias à Argentina. Quando voltaram, descobriram que um raio havia atingido o sistema elétrico do prédio e que estavam sem energia havia cerca de uma semana. "Parecia que tinha um cadáver dentro de casa", relembra a mulher.

O casal passou quatro horas limpando a sujeira, com a ajuda de vinagre e bicarbonato de sódio. Mas não teve jeito: tiveram de comprar uma geladeira nova. "Hoje, esvaziamos a geladeira antes de viajar e sempre deixamos um carvão dentro para amenizar qualquer cheiro ruim."

Roupas sujas abandonadas no banheiro ou no cesto da lavanderia também podem deixar a casa com um odor desagradável. Por isso, é importante não esquecer de lavá-las antes de viajar, observa a especialista em organização Ingrid Lisboa.

Ela lembra que fechar bem as janelas e varandas é outro cuidado que deve ser tomado pelos moradores para evitar vazamentos de água da chuva dentro da residência.

Além de ações para prevenir acidentes e mau cheiro, também há cuidados a serem tomados com as plantas.

A paisagista Clariça Lima diz que, para mantê-las vivas, uma boa opção é colocar por cima do vaso uma garrafa pet de dois litros com um pequeno furo feito com agulha na tampa. A dica vale para hidratá-las por cerca de 15 dias. Caso a viagem dure mais do que um mês, ela sugere que sejam colocadas duas garrafas. Cactos e suculentas, que precisam de pouca água, podem sobreviver até um mês sem a garrafa pet, diz ela.

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