Galpões vazios, terrenos grandes e, principalmente, proximidade a bairros que são referência na cidade de São Paulo são algumas das características da Vila Leopoldina e da Vila Anastácio, destinos que devem puxar o crescimento da zona oeste nos próximos anos.
As vilas repetem o fenômeno que acontece na Barra Funda, tradicional distrito industrial que, dividido por uma avenida de Perdizes, acabou se tornando um dos pontos mais buscados para novos empreendimentos.
Juntos, os três bairros representam a parte relativamente inexplorada da zona oeste, perto das marginais Pinheiros e Tietê e no limite do que ainda é considerado centro expandido da cidade.
"São áreas de indústrias e depósitos, com grandes terrenos e com baixa ocupação, que estão passando por um grande processo de renovação", diz o arquiteto Luiz Guilherme de Castro, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, lembrando de outras partes da capital que já passaram pelo mesmo processo, como a Mooca, na zona leste.
"São vazios na cidade muito bem localizados", acrescenta Itamar Berezin, arquiteto da construtora Helbor. "Estão próximos de bairros consagrados e são bastante acessíveis à zona central."
Assim como a Barra Funda faz fronteira com Perdizes, a Vila Leopoldina é sequência do Alto de Pinheiros e da Vila Madalena e a Vila Anastácio está ao lado da Lapa.
É na Vila Anastácio que a Helbor está erguendo um de seus projetos mais ambiciosos, o Caminhos da Lapa, um bairro planejado com condomínios independentes entre ruas e praças abertas. As torres ocuparão um terreno de cerca de 150 mil metros quadrados que pertenciam a duas fábricas.
CÍRCULO VIRTUOSO
O diretor comercial da Even, Marcelo Dzik, lembra que, junto com o desenvolvimento imobiliário, a tendência é que comércio e serviços sejam expandidos e ajudem no povoamento destas áreas.
"A mobilidade se tornou uma questão muito relevante em São Paulo, então é natural que cresçam os empreendimentos de uso misto, que trazem o comercial para perto do residencial", diz.
A construtora possui três empreendimentos na Vila Leopoldina inaugurados de 2012 para cá, incluindo um edifício de escritórios na avenida Dr. Gastão Vidigal anexo a um de seus condomínios residenciais.
Este pedaço da zona oeste deve ser beneficiado também por projetos de intervenção urbana em desenvolvimento. Como a conversão em parque do Elevado Presidente João Goulart, o "Minhocão", que desemboca na Barra Funda, e a remoção da Ceagesp, hoje no coração da Vila Leopoldina, para fora do perímetro urbano -nenhum com previsão para ocorrer.
A inauguração do trecho norte do Rodoanel, prevista para junho, deve desafogar o tráfego de caminhões da marginal Tietê e bairros adjacentes, e a Operação Urbana Água Branca da prefeitura prevê novas pontes para a marginal Tietê e passarelas de acesso sobre os trilhos que cortam o bairro homônimo.
"São projetos que atraem público novo e têm grande potencial de revitalização urbana", diz Flavio Prando, vice-presidente de intermediação imobiliária do Secovi-SP.
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24.971
apartamentos foram lançados na zona oeste entre 2013 e 2017
6.696
apenas no ano passado, o maior índice do período
| Romolo Eduardo/Folhapress | ||
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Transporte
A inauguração do terminal intermodal (1988) e do Memorial da América Latina (1989) trouxe nova fase de desenvolvimento à Barra Funda com a revitalização de imóveis antigos e a construção de novos empreendimentos
Comércio
A inauguração do Mercado Municipal da Lapa, em 1954, e do Ceagesp, na Vila Leopoldina, em 1968, marcaram a vocação comercial da região e atraem empreendimentos
Universidade
A chegada do campus da Universidade de São Paulo e do Jockey Club, nos anos 1940, traz novo público ao bairro do Butantã e acelera o desenvolvimento urbano do bairro
Margem
O rio Pinheiros guiou o desenvolvimento do bairro homônimo e atraiu imigrantes japoneses e italianos para suas margens
Futebol
A construção do Estádio Cícero Pompeu de Toledo (1960) e a transferência da sede do governo estadual para o Palácio dos Bandeirantes (1964) ajudaram a transformar a região