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centro e zona norte

Jovem da zona norte de SP se destaca na cena do grafite e vai pintar nos EUA

Aos 19 anos, Deley (nome artístico de Wanderley Junior) consegue listar as conquistas de sua ainda curta carreira como grafiteiro.

A mais recente delas foi alcançada neste mês, quando participou da sétima edição do Street of Styles, em Curitiba (PR), entre os dias 10 e 15.

O evento de arte urbana contou com 200 artistas de grafite vindos várias partes do Brasil e do mundo, convidados a pintar murais em diferentes partes da cidade.

Deley fez grafites no muro de uma companhia de energia elétrica na movimentada avenida Comendador Franco. "Eu pintei perto de um argentino que sempre admirei muito, o Cof, e troquei ideia com gente do mundo inteiro", diz.

Em dezembro, o jovem deve ir ainda mais longe, literalmente. Foi convidado pelo artista Binho Ribeiro, veterano da área, a integrar um grupo de grafiteiros que viajará até Miami (EUA) para pintar na região de Wynwood, conhecida pelos murais a céu aberto.

Deley não sabe qual obra fará, nem o local certo, mas já está ansioso. Será a sua primeira viagem ao exterior. "Nunca pensei que fosse sair de São Paulo, imagine sair do Brasil."

Morador do Jardim Fontális, na zona norte, ele fez o primeiro grafite aos 14 anos, numa oficina na escola onde estudava, no bairro vizinho do Tremembé. Começou pintando letras estilizadas. Desde então, não parou mais.

Deley utiliza em suas obras personagens jovens para retratar temas da infância que viveu nas ruas da região. A predominância dos tons de azul nas composições se tornou sua marca registrada. "É uma cor que acalma as pessoas e não agride os olhos."

O gosto do pai de Deley, o vidraceiro Wanderlei Cardoso de Oliveira, 42, pelos desenhos foi o que inspirou o jovem a pintar.

Oliveira ajudou também a construir um ateliê de 24 metros quadrados no andar de cima da casa da família. É lá que Deley guarda as latas de tinta e produz suas telas.

Hoje, ele usa as redes sociais para divulgar seus trabalhos e os eventos dos quais participa -tem mais de 3.000 seguidores no Instagram.

Até 20 de maio, cerca de 20 telas pintadas pelo artista estarão à venda na V. Garage - Galeria Underground, na Vila Guilherme. Os preços variam de R$ 1.500 a R$ 7.000.

Apesar de vender obras, participar de eventos e grafitar paredes de apartamentos –serviço pelo qual cobra em média R$ 2.000-, ele não consegue se manter só com o grafite.

Por isso, divide o tempo entre as tintas, o trabalho num estúdio de animação e o curso de graduação em produção multimídia, que deve concluir no fim deste ano.

Mas Deley acredita que será possível se sustentar só com o grafite. "E mesmo se não der, vou continuar pintando, colorindo as ruas e fazendo um trabalho para o pessoal olhar e gostar."

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