A possibilidade de um apartamento receber todo tipo de tecnologia e soluções sustentáveis deixou de ser um diferencial para tornar-se pré-requisito no mercado imobiliário de São Paulo.
Para atrair jovens compradores –casais com idades entre 25 e 35 anos–, as construtoras têm oferecido apartamentos com automação de luzes e temperatura dos ambientes, aquecimento solar e coleta de água da chuva.
Segundo Flávio Amary, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), esse público busca imóveis que comportem uma grande variedade e quantidade de equipamentos eletrônicos e nos quais as máquinas possam ser instaladas com facilidade. Tudo isso sem deixar de economizar água e luz.
Alberto Rocha/Folhapress | ||
Área da piscina do empreendimento Portal Centro, da Even, no Brás |
São imóveis de portes compacto e médio, que são tendência: 59% dos apartamentos lançados entre 2013 e 2017 têm dois dormitórios, segundo levantamento do Grupo Zap VivaReal.
Quando foi morar com a namorada, o diretor de fotografia Daniel Bilenky, 28, procurou por um lugar que se adequasse ao seu estilo de vida e à rotina de trabalho. Precisava de espaço para os equipamentos e um estúdio para fazer fotos, já que costuma trabalhar de casa.
O apartamento de 68 metros quadrados e dois dormitórios onde vive, no High Alto da Lapa, da construtora Tibério, veio com tubulação para ar-condicionado, espaço para aquecedor a gás, além de uma combinação de tomadas comuns e entradas USB.
Na área comum, o empreendimento oferece uma longa lista de serviços, outro pré-requisito dos lançamentos na capital. Tem piscina coberta, salão fitness, quadra esportiva, salões de festa e jogos, área infantil, churrasqueira e forno de pizza.
Há outros lançamentos com conceito parecido na zona sul. O You,Prime Vila Mariana, da You,Inc, e o Brand Pensilvânia, empreendimento da Plano&Plano no Brooklin também valorizam as áreas de serviço.
Moradores mais jovens tendem a preferir opções de lazer a uma maior metragem dos apartamentos e usufruem mais dos equipamentos das áreas comuns dos prédios, diz o arquiteto Marcos Gavião.
Para o arquiteto, essa é uma característica desses clientes, parte do estilo de morar. Eles priorizam apartamentos mais próximos do local de trabalho, que permitam economizar tempo nos deslocamentos diários.
Além disso, o novo Código de Obras e Edificações da capital, em vigor desde maio do ano passado, exige que os empreendimentos sejam mais sustentáveis.
Nas novas regras, está previsto, entre outras coisas, que a energia gasta para o aquecimento da água seja, no mínimo, 40% de fonte solar.
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59%
dos imóveis lançados em São Paulo nos últimos cinco anos têm dois quartos
76
metros quadrados tem a área média das unidades anunciadas nesse período