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Casacor 2018

Jovens profissionais aproveitam 'vitrine única' na Casacor para o mercado

Foi nesta edição da Casacor que as arquitetas recém-formadas Larissa Silva, 27, e Gabriela Lotufo, 26, viram seu primeiro projeto ser construído. As amigas paulistas se conheceram na FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) e venceram o desafio da casa sustentável, proposto pela mostra, ganhando a oportunidade de fazer o retrofit de uma edificação tombada do Jockey Club.

Usaram pastilhas feitas com PET, rodapés de isopor reciclado, cortinas de PVC reaproveitável e dividiram os ambientes com painéis de madeira. Segundo Larissa, a obra de estreia rendeu, ao mesmo tempo, "um grande estresse e um lindo cartão de visita".

Ela está abrindo seu escritório, mas não pode bancar um espaço físico -vai começar em home office e planeja evoluir logo para um coworking.

Mais jovem desta exposição, Gabriela faz mestrado sobre CLT ("cross laminated timber" ou madeira laminada cruzada), o sistema construtivo aplicado no projeto. "Madeira é o único material realmente sustentável hoje", diz.

Como o espaço tem patrocínio da Leroy Merlin, ela e a parceira não precisaram investir dinheiro próprio na obra. "Só gastamos com transporte, estacionamento e componentes que acabaram em cima da hora."

Outra promessa deste ano é Gabriel de Lucca, 27, que criou um banheiro unissex funcional no bosque do Jockey. Sem construção de alvenaria, o ambiente recebeu material pré-fabricado e apresenta conexão do paisagismo com o interior: na cabine sanitária, por exemplo, há um jardim.

Natural de Santo André (SP), Gabriel comanda seu próprio escritório na capital há dois anos e vê como uma troca "ganha-ganha" a introdução de novatos no evento. "Trazemos um olhar diferente, materiais novos, outras formas de projetar. E eles nos dão uma vitrine única, que sempre pauta grandes tendências."

Dos 134 arquitetos e designers presentes na mostra deste ano, 15 são estreantes e mais de um quarto tem até 35 anos. Para a diretora Lívia Pedreira, é missão da marca revelar novos talentos. "O mercado se alimenta desses jovens. Nós colaboramos com a própria sobrevivência do negócio, fazendo a ponte entre mercado, profissionais e consumidores."

O baiano Nildo José, 29, é um exemplo desse ciclo virtuoso que a Casacor se propõe a abastecer. Em 2016, em sua estreia, roubou a cena com um pé de jabuticaba suspenso no meio de um apartamento, que pendia do teto e parecia flutuar. Volta agora com um loft, onde chama a atenção uma caixa-mezanino que envolve o quarto e o banheiro.

Nildo conta que, desde o burburinho causado pela jabuticabeira, seu escritório cresceu. "Precisei manter o pé no chão e focar no meu estilo: minimalista, mas com tempero baiano", diz.

O paulista Gustavo Neves, 34, também foi revelado em 2016, quando ganhou o prêmio Deca e um carro, cujo valor cobriu as despesas que teve com a obra.

Desta vez, apresenta uma casa de 200 m², revestida por malha metálica e massa de concreto, que dão movimento às paredes. "Gosto de usar só o que é essencial para o espaço", diz o arquiteto. "Mas o essencial pode ser uma pia despretensiosa ou um sofá de R$ 300 mil."

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