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Carros de cores vivas ganharão espaço, diz pesquisa; vermelho está em alta

Divulgação
Carros vermelhos ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Aston Martin Vanquish Zagato, esportivo inglês que será lançado neste ano, na cor vermelha

Na capa do disco "Mustang Cor de Sangue" (1969), os músicos Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle aparecem em frente ao citado esportivo e a um recém-lançado Corcel cor de mel. A música que dá título ao álbum é uma ode a esses carros coloridos.

Passados quase 50 anos, o vermelho volta a conquistar os motoristas. De acordo com dados divulgados pela Anfavea (associação das montadoras), veículos dessa cor voltaram a crescer em participação no Brasil. Em 2015, representaram 9% das vendas e empataram com o cinza –e devem chegar a 10% em 2016.

A ascensão se deve principalmente aos utilitários. Tons de vermelho estão na terceira posição na preferência dos compradores de SUVs, atrás do branco e do prata. Mas ainda não é possível falar em virada dos tons vibrantes.

"Hoje, 76% dos carros novos vendidos no Brasil são brancos, pratas, cinzas ou pretos. O vermelho é tendência, mas ainda distante dos tons monocromáticos", diz Mateus Aquino, diretor de negócios automotivos da Axalta, que produz tintas.

A escalada dos carros brancos no Brasil começou em 2012, puxada pelos importados. Até então, a cor era associada a veículos de frotas.

Segundo Aquino, a preocupação com o valor da revenda influencia na escolha das cores. Logicamente, as opções mais procuradas entre os carros novos se repetem no mercado de usados.

frota monocromática - Nuances entre branco e preto dominam mercado nacional (em %)

Um estudo feito pela BigData, empresa especializada em dados on-line, mostra que 31% dos carros de segunda mão à venda em sites do país são da cor prata. O branco vem em segundo (26%), seguido do preto (19%).
O vermelho começa a entrar no time dos que vendem fácil, o que explica os quatro tons diferentes entre as 32 cores da linha Volkswagen. O mais vibrante é o Flash, escolhido pela universitária Mayara Bache Machado, 22.

"Eu me apaixonei pelo Up! vermelho, e a sujeira não aparece tanto como em um carro preto", afirma a estudante, que ganhou o carro em 2015.

'MYSTIK' E 'TAFFETA'

Cada montadora tem sua própria paleta de cores, desenvolvida em parceria com as fabricantes de tintas. Como todas são patenteadas, surgem nomes como "azul Bourrasque" (Citroën), "branco taffeta" (Honda) e "preto mystik" (VW).

"Os nomes tentam descrever tendências extraídas da moda e dos objetos de consumo. A base vem de pesquisas feitas pelo departamento de marketing", diz Telma Elita Blasquez, designer da Volkswagen América do Sul.

Marcus Leoni/Folhapress
Elaboração de cor no laboratório da Axalta, em Guarulhos
Elaboração de cor no laboratório da Axalta, em Guarulhos

A COR DO FUTURO

Em seu estudo de tendências para 2017, a Basf fala da influência do mundo virtual nas cores automotivas.

O resultado destaca tons como azul metálico, prata e, mais uma vez, branco. O trabalho também menciona o crescimento do vermelho-sangue na Europa, "uma cor poderosa representando um sentimento interior".

E no Brasil? "Arrisco dizer que será algo longe do branco. Os tons de vermelho ou azul também são bem recebidos aqui", afirma Blasquez.

EFEITO TRIDIMENSIONAL

Nos coloridos anos 1970, Fuscas "amarelo imperial" dividiam espaço com Opalas "azul tapajós" e Dodges "vermelho xavante". A maior parte das cores era sólida, sem camadas adicionais de brilho.

"Hoje há o perolizado, com efeito tridimensional, como o visto em uma maçã-do-amor", diz Mateus Aquino, diretor de negócios automotivos da Axalta.

Ao combinar as tecnologias do presente com as cores do passado, surgem tons como o "azul techno" do Renault Sandero ou o "roxo mirtilo" do Fiat Mobi.

"Tons mais abertos e vibrantes, como amarelos e azuis, podem chegar em séries especiais e versões esportivas ou comemorativas", afirma Isabella Rodrigues Fornaciari, chefe de design da Fiat no Brasil.

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