Centrais multimídia que "conversam" com smartphones viraram diferencial na hora de escolher um automóvel. Quanto mais recursos disponíveis, maiores as chances de fisgar consumidores.
Contudo, o entretenimento a bordo pode prejudicar a segurança. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), ter um telefone conectado ao veículo aumenta em até quatro vezes a chance de o motorista se envolver em um acidente de trânsito.
Nem todos estão conscientes dos riscos. Estudo do Centro de Tecnologia Allianz mostra que 72% dos motoristas disseram sentir-se distraídos por eventos externos (um cartaz, por exemplo), mas ignoraram as desatenções na cabine. Ainda de acordo com a pesquisa, alertas vindos do telefone consomem um quinto do tempo de direção.
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Projeção de realidade aumentada desenvolvida pela Continental |
ESPELHO
Uma tecnologia que minimiza o perigo causado pelo uso do celular ao volante é o espelhamento dos aparelhos nas centrais multimídia.
No Android Auto, sistema de emparelhamento do Google, o motorista só tem acesso a mapas, músicas, contatos telefônicos e mensagens. A tela do telefone fica bloqueada: a única forma de acessar os aplicativos é usando os controles do carro. O acesso a mídias sociais ou jogos não são permitidos.
"Embora segurança seja um assunto recorrente, muitas vezes o usuário quer ficar conectado quando está ao volante, momento em que deveria estar mais concentrado", diz Flavio Ferreira, diretor de parcerias do Google para Android, Chrome e hardware na América Latina.
Segundo Ferreira, "os aplicativos disponíveis no Android Auto são uma versão otimizada para o uso em veículos, e não estão disponíveis na plataforma aplicativos que tirem a concentração do usuário, como jogos ou serviço de e-mail". O navegador Waze, que lidera a lista de solicitações dos usuários, deverá ser liberado em breve.
Outro app que prioriza a segurança é o Here WeGo, formado por um consórcio entre Audi, BMW e Mercedes-Benz.
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Por meio de gestos, motorista aciona o som do BMW Série 7 |
Com mapas de 200 países, o sistema de navegação avalia e classifica mais de 270 atributos das vias, como altura de passarelas, largura das pistas e conservação. Gratuito, está disponível para Android Auto e Apple Car Play. Não é preciso ser dono de um carro de luxo para baixá-lo.
"Fazemos uma reclassificação utilizando parâmetros de mobilidade. Ruas restritas, estreitas, de difícil acesso e não pavimentadas são consideradas áreas de pouca mobilidade urbana. Caso haja uma delas dentro do trajeto solicitado, o aplicativo traça uma alternativa mais adequada até o destino", explica Márcio Andrade, gerente sênior de produtos da Here.
Outras marcas partiram para sistemas que permitem consultas por voz. Nas plataformas Volvo On Call e Chevrolet On Star, o motorista pode entrar em contato com a central por meio de um botão instalado no retrovisor. Dá para pedir ao atendente a inserção de uma determinada rota no GPS. O endereço será incluído sem que o condutor precise digitar.