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Fiat tenta corrigir rota do Mobi para acelerar vendas

Um mesmo modelo de carro e dois motores "mil" bem diferentes, mas com potência parecida. Seria uma escolha exótica para qualquer automóvel no mundo, mas tudo faz sentido diante da necessidade de fazer do Fiat Mobi um sucesso de vendas.

O compacto chega às lojas em versão chamada Drive, que recebe o novo 1.0 Firefly de três cilindros e 77 cv de potência. A promessa é reduzir o consumo em cerca de 10% na comparação com o Fire convencional (75 cv, quatro cilindros) das outras opções.

"Quando olhamos a motivação de compra dos clientes, vemos que há um apelo muito racional. Em nossas pesquisas mais recentes, o baixo consumo se tornou mais importante que preço e design", diz Adriano Resende, diretor de marketing do grupo FCA Fiat Chrysler.

O motor estreia sete meses após o lançamento do Mobi. No período, a Fiat viu o carro vender, em média, 3.800 unidades por mês. Esperava 7.000 e sonhava com picos de 9.000 licenciamentos. A crise atrapalhou, o carro também.

Faltava apelo para levá-lo ao topo do ranking, pois não havia modernidades, preço ou espaço que o fizesse se destacar ante concorrentes do porte de Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Renault Sandero.
Agora, ensaia-se uma correção de rota. Além do novo motor, o Mobi Drive tem direção elétrica (hidráulica nas demais versões). O sistema de partida a frio com tanquinho de gasolina está aposentado, o que facilita a vida de quem abastece sempre com etanol.

ANTES TARDE...

Se tivesse sido lançado com as soluções atuais, o Mobi poderia ter tido outro desempenho no mercado.

Em um teste curto no interior de São Paulo, o compacto da Fiat mostrou que o trabalho de isolamento acústico é dos melhores entre os populares. A suspensão é elogiável: firme nas curvas, faz deste "piccolo auto" um autêntico modelo de origem italiana.

Mas o que era ruim continua ruim. O volante não tem ajuste de profundidade, e o espaço no banco traseiro é abaixo da média. Mesmo o diminuto Volkswagen Up! oferece mais aos que viajam ali.

Não foi possível fazer medições de consumo dessa vez, mas se for cumprida a promessa de economia sobre o Fire convencional (que registrou 17,2 km/l na estrada, com gasolina, no Teste Folha-Mauá), o Mobi Firefly é forte candidato ao título de 1.0 mais econômico do Brasil.

O preço da versão Drive parte de R$ 39.870 e sobe por volta de R$ 4.500 se equipado com o sistema multimídia de fábrica. Embora tenha recursos interessantes, é aconselhável investir em um aparelho de som mais simples e gastar a diferença com seguro e emplacamento.

De série, há ar-condicionado e acionamento elétrico de vidros, travas das portas e retrovisores, além da direção com assistência elétrica.

A versão equipada com câmbio automatizado Dualogic estreia no primeiro semestre de 2017, também com motor três cilindros. A tendência é que esse 1.0 substitua o outro gradativamente, enquanto a Fiat trabalha para tornar pop seu carro popular.

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