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Novo 'jipinho' da Renault, Captur atrai por estilo, mas tem limitações

A partir da próxima semana, a Renault será a primeira a oferecer dois utilitários compactos no mercado nacional ao mesmo tempo. Além do já conhecido Duster, a marca terá o Captur.

O novo produto é menos refinado do que seus belos traços sugerem, porém mais sofisticado do que seu colega de showroom.

O preço do Captur parte de R$ 78,9 mil na versão Zen, que é equipada com motor 1.6 flex (120 cv) e câmbio manual de cinco marchas. Airbags frontais e laterais são itens de série, bem como rodas de liga leve e sistema de som compatível com smartphones. A caixa automática do tipo CVT chega em breve, segundo a montadora francesa.

A opção mais potente chama-se Intense e tem motor 2.0 (140 cv). Custa R$ 88.490, tem propulsor 2.0 e transmissão automática tradicional, com quatro marchas. É o mesmo conjunto que equipa as opções mais caras do Duster.

LONGA ESPERA

O Captur ensaia vir ao Brasil desde 2013. O plano inicial da Renault era importá-lo até que os arranjos para sua produção local estivessem prontos, no início de 2015. Contudo, a desvalorização do real e os primeiros momentos da crise econômica inviabilizaram sua chegada.

O projeto mudou no meio do caminho. O Captur original usa a plataforma do Renault Clio europeu –é um carro menor e mais sofisticado.

Já o modelo nacional foi desenvolvido para mercados emergentes, como Rússia e Índia, e parte da base do Duster. Seu custo de produção é menor, mas há ganho significativo de espaço interno. A capacidade do porta-malas foi elevada de 377 litros para 437 litros.

Contudo, perde-se os eficientes motores turbinados disponíveis na Europa e o câmbio automatizado de dupla embreagem. O conjunto utilizado na versão 2.0 automática brasileira está defasado.

Resultado: percebe-se certa lentidão nas acelerações e trocas de marchas abruptas. O retrocesso fica ainda mais evidente quando se sabe que algumas montadoras já têm transmissões de sete, oito e até nove velocidades.

"Temos uma estratégia industrial que corre paralelamente à dos veículos. Quando lançamos um, temos que usar nele o que há disponível no atual estágio desse plano. Nesse momento, não tínhamos um câmbio com seis marchas, mas, para esse perfil de cliente, achamos que essa solução [quatro marchas] será suficiente", explica Antonio Fleischmann, diretor de desenvolvimento de produto da Renault para a América Latina.

Resta saber como o público recebwerá o Captur, que tem concorrentes de peso como Honda HR-V, Jeep Renegade, Nissan Kicks, Peugeot 2008, Hyundai Creta e Chevrolet Tracker, todos disputando mercado em faixa de preço que parte de R$ 70 mil.

VISUAL URBANO

O visual do Captur é agradável, sendo possível combinar dois tons de pintura na carroceria. É mais urbano do que o parrudo Duster.

Contudo, as limitações da plataforma aparecem ainda com o carro desligado. Assim que se acomoda nos amplos bancos, o motorista do Captur encontra um volante que não tem ajuste de profundidade. A única regulagem disponível ali é a de altura.

Em movimento, a versão Zen 1.6 causa boa impressão. O motor mais moderno, feito em alumínio, está acoplado a um câmbio manual de engates precisos e curtos, facilitando a condução urbana.

Há uma farta lista de equipamentos. As duas opções disponíveis trazem de série luzes diurnas de LED, chave do tipo cartão, computador de bordo com seis funções, sensor de estacionamento traseiro, assistente de arranque em subida, controles de estabilidade e sistema Isofix de fixação de cadeirinhas.

Reservados à versão topo de linha Intense estão itens como central multimídia com tela sensível ao toque, ar-condicionado automático e sensores crepuscular e de chuva. Bancos em couro são opcionais nessa configuração.

Os faróis de neblina, também em LED, tem função "cornering", que ilumina a parte de dentro da curva como se acompanhasse o movimento do volante.

Além de Duster e Captur, a Renault prepara para ainda neste ano a estreia do Koleos, SUV de luxo que chegará com motor 2.5, câmbio CVT e preço na faixa de R$ 170 mil.

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