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Como escolher um carro? Consumidor deve sempre avaliar o próprio perfil

O Brasil tem diversas opções de carros novos à disposição de compradores. Há 36 marcas vendendo seus produtos no país, de acordo com associações que representam fabricantes e importadores. Só em 2016 foram lançados cerca de cem diferentes veículos entre versões e modelos completamente inéditos.

"Eu não faço ideia de qual escolher, entendo muito pouco sobre automóveis e me perco entre tantas marcas, modelos e versões", diz a designer de moda Giulia Guirro, 25, que está prestes a trocar de carro pela primeira vez.

Dona de uma perua Fiat Palio Weekend 2002, que comprou usada, ela quer um modelo com bom espaço na cabine e no porta-malas.

A descrição contempla um sedã Honda City DX (R$ 60,9 mil), uma minivan Chevrolet Spin LS (R$ 58,9 mil) ou até uma picape Renault Duster Oroch (R$ 70 mil). Todas completamente diferentes entre si.
Para organizar as ideias, o primeiro passo é definir o quanto se pretende pagar.

Keiny Andrade/Folhapress
A designer de moda, Giulia Guirro, 25, que fez test drive de um Honda City
A designer de moda, Giulia Guirro, 25, que fez "test drive de um Honda City

"Depois vem a análise do momento de vida, se a pessoa tem filhos ou se pretende ter e isso vai influir na necessidade por espaço", diz o empresário Rafael Spitaletti, da Car Hunter's, empresa que presta consultoria a consumidores que estão à procura de um novo carro.

"É preciso ainda avaliar como será o uso cotidiano, se mais urbano ou rodoviário", completa Spilatelli.

Definir qual é a necessidade a partir de seu próprio perfil, porém, é só o começo.

"A compra de um zero-quilômetro envolve coisas que não estão a cargo das lojas, como condições e taxas de financiamento. Esse negócio jamais pode ser definido em um dia", diz o diretor de operações da consultoria J.D. Power, Fabio Braga.

Os passos seguintes são escolher as marcas que oferecem modelos de acordo com as necessidades e ir às lojas. É preciso ver o veículo de perto e entender seu funcionamento, além de pedir para fazer test drives. Nessa hora, tudo pode mudar.

"Não há uma receita predefinida, cada cliente é único em suas expectativas, necessidades e desejos. A família também faz parte dessa decisão", diz o gerente-geral de comércio da Honda, Marcos Martins de Oliveira.

Todo esse trabalho de pesquisa serve para evitar arrependimentos como o da empresária Isabel Pereira, 56. Ela resolveu trocar sua minivan Chevrolet Meriva por um sedã da mesma marca, o Cobalt.

A empresária foi à loja, olhou o carro e o levou para casa sem fazer o test drive. A ideia era que o veículo servisse para toda a família, mas meses depois, com os filhos fora de casa, já não precisava de um automóvel tão grande.

"Tinha problemas todas as vezes em que ia estacionar, achava a traseira alta demais. Era um veículo grande que só serviria para o meu uso e o do meu marido, não fazia mais sentido", relembra ela, que recentemente comprou um Honda Fit, que tem 50 cm a menos de comprimento que o seu antigo Cobalt.

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Planilha e test drive ajudam a definir compra

A fartura de opções em um mesmo segmento automotivo pode confundir os compradores: só o de carros populares, por exemplo, oferece mais de 80 configurações.

O consultor automotivo Fabio Arruda, especializado em analisar perfis de clientes e indicar opções de compra, sugere que seja feita uma planilha para comparar os dois ou três automóveis que melhor atendem às necessidades.

"O consumidor deve escrever ali os itens de série de cada veículo, a motorização, o valor do IPVA e o valor do seguro, itens importantes de desempate. Assim, ele terá um gráfico em que pode visualizar a escolha mais racional", afirma o consultor.

Ao chegar à loja para definir o negócio, o interessado pode se deparar com uma oferta tentadora de outro modelo.

É comum que isso ocorra: marcas fazem promoções constantes para reduzir estoques. Porém, a mudança no plano de compra não deve se basear apenas no preço. É hora de fazer um novo test drive.

Caso o automóvel oferecido com desconto não esteja disponível para a avaliação dinâmica, o melhor é evitar a compra.

"Muitas lojas diminuíram as unidades disponíveis para teste, por corte de custos. Mas o consumidor deve ir atrás, não pode aceitar testar um carro diferente do que quer comprar", afirma o diretor de operações da consultoria J.D. Power, Fabio Braga.

O publicitário Rodrigo Oliveira, 40, está na fase de testes. Ele tem R$ 95 mil para gastar e está na dúvida entre adquirir um sedã médio ou um SUV.

"Topo fazer test drive em todas as opções. Às vezes, a gente se apaixona pelo carro, mas uma coisa é a ficha técnica, outra é a experiência ao dirigir. Um carro diferente do imaginado pode surpreender", diz o publicitário.

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Fique Esperto

Garantia
Os períodos de cobertura de fábrica estão maiores: a maior parte das montadoras oferece três anos de garantia sem limite de quilometragem, mas o prazo pode chegar a cinco anos. No entanto, o consumidor precisa calcular os custos das revisões programadas. Todas precisam ser feitas na autorizada para que o plano de assistência seja mantido.

Cadeirinha
Quem tem filhos pequenos precisa, além de espaço, de um bom sistema de fixação para cadeirinhas. Já há no mercado assentos com engate tipo Isofix, o mais seguro disponível, mas nem todos os carros são equipados com os ganchos compatíveis. Essa informação está disponível nas concessionárias e nos sites das montadoras.

25%
Dos proprietários de carros citaram confiabilidade, experiência anterior com a marca e tecnologia como principais razões para compra de um veículo.

4 anos e 11 meses
É o tempo que um brasileiro passará dentro de um carro ao longo de toda sua vida. Serão 3 anos dirigindo e 1 ano e 11 meses como passageiro, de acordo com estudo divulgado neste ano pela Citroën.

6,9 anos
É a idade média da frota nacional de carros

2,8 anos
É a média de tempo que o brasileiro troca de carro

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Escolhas racionais

Só na cidade
Veículos compactos de baixa cilindrada serão quase sempre recomendados para quem usa o carro diariamente na cidade e prioriza a economia de combustível.

Uso misto
Se o deslocamento inclui trechos rodoviários frequentes com três ocupantes (ou mais) e bagagens, vale investir em sedãs com motores mais potentes.

Automáticos
O trânsito está levando o motorista à exaustão? Um modelo automático pode ajudar. As opções mais acessíveis do mercado são Fiat Mobi 1.0 GSR (R$ 44,8 mil) e Toyota Etios 1.3 (R$ R$ 51 mil).

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