Cada pneu é muito bem pensado antes de ser lançado junto com um novo carro. "Os fabricantes têm suas fórmulas secretas e trabalham em parceria com as montadoras", explica Klaus Mello, gerente de engenharia da Ford.
Antes de a empresa chegar à opção ideal para determinado veículo são feitos diversos testes. O pneu sofre pancadas contra guias e buracos, tem seus ruídos medidos e passa por freadas bruscas.
"Escolhemos a amostra que atende às necessidades daquele veículo e melhor equilibra todos esses fatores", afirma Mello.
Na hora da troca, o proprietário pode até mudar a marca, mas deve manter, pelo menos, as dimensões originais do pneu. Os índices de carga e velocidade devem ter valores iguais ou maiores que os originais de fábrica -nunca menores. Essas informações estão gravadas nas laterais do componente (veja, abaixo, como encontrá-las).
Editoria de Arte/Folhapress | ||
LISO
O pneu é considerado careca muito antes de o seu desenho desaparecer por completo. Quando a profundidade dos sulcos chega a 1,6 mm, está na hora de substitui-lo.
Para fazer essa verificação, basta olhar o TWI (Tread Wear Indicator), que são elevações de borracha dentro dos sulcos. Assim que o desgaste atinge essas marcações, há maior risco de perda do controle do veículo ao passar por asfalto molhado.
O recomendado é que os quatro sejam trocados ao mesmo tempo. Caso isso não seja possível, o novo par deve ser colocado no eixo de trás -é mais difícil recuperar o controle caso haja perda de aderência na traseira.
A substituição também tem de ser feita quando há bolhas, quaisquer estragos nas laterais ou avarias maiores que 6 mm de diâmetro na banda de rodagem.
"Um especialista deve fazer a avaliação, mas, em geral, esses tipos de danos não são reparáveis", diz Flavio Santana, gerente de marketing de produto da Michelin América do Sul.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
NA PRESSÃO
É fundamental ter cuidado com a calibragem. "Encher menos ou mais que o valor recomendado pelo fabricante faz o pneu perder contato com o solo, o que afeta a segurança do veículo e aumenta o consumo de combustível, além de diminuir em até 30% a vida útil do componente", diz Leandro Vanni, gerente de tecnologia da Dpaschoal.
A calibragem deve ser feita a cada 15 dias com os pneus frios -antes de rodar 3 km. Caso contrário, corre-se o risco de colocar uma pressão até quatro libras menor que a ideal, uma vez que o ar se expande com o calor.
O valor correto está indicado no manual do proprietário e, em alguns carros, em um adesivo na porta do motorista ou na tampa do tanque. A pressão recomendada pode ser diferente entre os eixos e mudar de acordo com as condições de uso do veículo (vazio ou carregado).
O estepe também não deve ser esquecido. Segundo Vanni, ele deve ser calibrado, pelo menos, a cada 45 dias. A dica é colocar duas libras a mais, para garantir que esteja cheio o suficiente quando for usado em um momento de emergência.
Se o estepe for provisório (mais fino do que o original), outro cuidado ao usá-lo é respeitar o limite de 80 km/h até encontrar um local seguro para fazer a troca do componente original.
Segundo os fabricantes, as vantagens do "estepinho" são a economia de espaço no porta-malas, redução do peso e maior facilidade de manuseio em caso de substituição. Por outro lado, ele não pode ser usado no rodízio -que deve ser realizado a cada 10 mil km para garantir o desgaste uniforme dos pneus.
Editoria de Arte/Folhapress | ||