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Aluguel de carro parado rende até R$ 700 todo mês

Você emprestaria seu carro para um desconhecido por algumas horas ou até mesmo dias? E se recebesse dinheiro por isso? A oportunidade de conseguir uma renda mensal extra tem motivado motoristas a praticar o desapego e anunciar seu próprio veículo em sites ou aplicativos de compartilhamento.

Empresas como Moobie, Parpe, Pegcar e Olacarro são algumas das start-ups que conectam proprietários e interessados em alugar um carro.

"Dá para faturar, em média, R$ 500 por mês sem dificuldade", afirma Beni Derdyk, 32, arquiteto e dono de uma caminhonete Chevrolet Montana 2010 pouco utilizada nos últimos anos.

"Eu parei de usar a picape com frequência no trabalho e, por ter me mudado para uma região que tem tudo perto, adotei a bicicleta como meio de transporte. O carro, portanto, passou a ficar na garagem. Cogitei vendê-lo, mas aí me lembrei do compartilhamento. Resolvi arriscar e deu certo", diz. Desde o início de 2016, já foram mais de 50 aluguéis.

Rodrigo Capote/Folhapress
O arquiteto Beni Derdyk, 32, com a picape Chevrolet Montana 2010 que aluga para terceiros, na Vila Madalena (SP)
O arquiteto Beni Derdyk, 32, com a picape Chevrolet Montana 2010 que aluga para terceiros, na Vila Madalena (SP)

No site em que Derdyk cadastrou seu perfil, o Pegcar, há atualmente outros 500 veículos, 90% deles registrados em São Paulo.

"Estamos batendo 25 mil usuários na plataforma, e crescendo 70% em média a cada trimestre", destaca Conrado Ramires, sócio da empresa PegCar.

O processo para ser um locador é fácil. Primeiro, o proprietário informa seus dados e os do carro no site ou diretamente no aplicativo de celular. Depois, a empresa checa as informações com o Detran, verifica o e-mail, o celular e até o perfil nas redes sociais. Se aprovado, o anúncio passa a integrar a base de dados para que interessados façam suas reservas.

"Antes de aceitar um pedido, você pode ver detalhes do 'cliente', como número de telefone, perfil do Facebook e ainda trocar mensagens ou telefonar, caso tenha alguma dúvida. Em geral, faço tudo pelo WhatsApp, mais prático para definir o local da entrega e devolução", diz Islane Lemos, 40, instrutora de cursos e dona de um Ford Fiesta 2014 que compartilha desde julho deste ano.

Os valores para quem precisa do carro são até 30% menores do que em uma locadora tradicional e já incluem o seguro. O combustível é por conta do usuário: se pegou o veículo com tanque cheio, precisa devolvê-lo nas mesmas condições.

PRÓS E CONTRAS

Uma porcentagem da transação fica para a empresa de compartilhamento. No caso de Derdyk, 20% vai para o site. "Acho esse valor elevado", afirma o arquiteto. Outro porém, na opinião dele, são os riscos da transação.

"Por mais que haja cobertura de seguro, há sempre a possibilidade de o seu carro ser devolvido com um amassado, pneu furado ou risco na pintura. Tudo isso já aconteceu comigo, mas felizmente o cliente assumiu as despesas", conta Derdyk.

Para evitar transtornos, a inspeção do automóvel é necessária tanto na entrega quanto na devolução. "Acaba tomando tempo, mas é fundamental para não ter surpresas depois."

Até os objetos mantidos no porta-luvas devem ser anotados no check list. Islane se esqueceu disso uma vez e acabou perdendo um GPS e o manual do carro. "Hoje, até o estepe eu checo", afirma.

Apesar dos imprevistos —seu carro já foi multado enquanto estava locado—, ela ainda considera o compartilhamento vantajoso. "É preciso ter paciência para lidar com as pessoas. Nem sempre os clientes são legais, mas o ganho extra no fim do mês compensa. Costumo faturar R$ 400 e já cheguei a conseguir R$ 700", diz.

Além da renda, Derdyk vê como vantagem o fato de colaborar com o ambiente e com a mobilidade em São Paulo.

"Eu me sinto bem por contribuir com a redução do trânsito e da emissão de poluentes. Quando decidir vender meu carro, acredito que vou me tornar um cliente dessas empresas. É mais barato", afirma Derdyk.

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