Mortes: Pesquisadora e museóloga, defendia cultura ítalo-gaúcha
Foi orientadora histórico-antropológica do longa 'O Quatrilho', de Fábio Barreto
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Já foi chique pelas bandas sulistas se dizer italiano, não brasileiro. Tânia Tonet sempre bateu o pé: "somos ítalo-gaúcho", dizia a pesquisadora e museóloga que defendia a identidade formada a partir da aculturação dos dois países, da mistura.
Neta de imigrantes, nascida única mulher dos quatro irmãos, em Bento Gonçalves (RS), aos 17 anos dava aulas de história e religião. Logo se formaria em filosofia, anotando no currículo pós-graduações em folclore e história da América Latina. Aos 22, já casada, mudaria para cidade do marido, Caxias do Sul (RS).
Tânia não ficava à toa, era viciada em trabalho. Também tinha capacidade extraordinária de leitura, em duas horas lia um livro inteiro.
Daí, não demoraria a assumir a direção do Museu e Arquivo Histórico Municipal caxiense, organizar as tradicionais Festas da Uva e ser orientadora histórico-antropológica do longa "O Quatrilho", de Fábio Barreto.
Foi também a primeira mulher a receber a Comenda Negrinho do Pastoreio, primeira vice-presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho. E recebeu o título de cidadã caxiense da Câmara Municipal.
Arrumava tempo ainda para as flores e os sete cachorros na chácara em que vivia, e para fazer suas famosas caçapas —doce típico italiano. Com a família, fundou uma empresa especializada em memória: de empresas, rádios, clubes de futebol, igrejas. Era a ela que se dedicava nos últimos tempos.
Também se esforçava na dieta. Queria voltar a andar de bicicleta e vestir calças jeans. Sonhava conhecer a Itália e ter netos. Mas uma embolia pulmonar a impediu, no dia 23 de julho, aos 69 anos. Deixa um irmão, o marido e o filho.
coluna.obituario@grupofolha.com.br
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