Chanceler alemã aponta 'Mini Merkel' para dirigir partido

Annegret Kramp-Karrenbauer, ou AKK, é aliada de Merkel há anos

A chanceler alemã, Angela Merkel (direita), apresenta Annegret Kramp-Karrenbauer para o cargo de secretária-geral da CDU, em Berlim - Tobias Schwarz/AFP

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Berlim | Reuters e Financial Times

A chanceler alemã, Angela Merkel, apontou nesta segunda-feira (19) sua aliada Annegret  Kramp-Karrenbauer para assumir como secretária-geral da União Democrata Cristã (CDU), em meio a intensas pressões para injetar 'sangue novo' no partido e preparar um sucessor.

Merkel é chanceler desde 2005 e lidera há 18 anos o partido, que perdeu terreno nas eleições de setembro no ano passado. Antes da chancelaria, Merkel foi secretária-geral da CDU entre 1998 e 2000 após indicação pelo chanceler Helmut Kohl, que a preparou para sucedê-lo.

Conhecida pela sigla AKK e pelo apelido de "mini Merkel", Kramp-Karrenbauer era chefe de governo do pequeno Estado de Sarre. 

Em entrevista coletiva na sede da CDU em Berlim, Merkel disse que o partido está passando por um processo difícil e turbulento e precisa de um período de debate e reflexão para o qual AKK traria "muito peso". 

Kramp-Karrenbauer, 55, afirmou que espera iniciar uma renovação programática no partido. 

"Nos conhecemos já muito tempo e podemos confiar uma na outra, mesmo tendo nossas próprias opiniões", afirmou Merkel, 63, sobre sua indicada.

Questionada pelos jornalistas sobre se via AKK como sua sucessora, Merkel respondeu: "É o privilégio de vocês estar sempre três voltas antes dos demais. Nós temos nossas mãos ocupadas com as tarefas do dia a dia".

Conservadores dentro da CDU podem ficar desapontados com a indicação. Eles esperavam que Jens  Spahn, 37, vice-ministro das Finanças e um dos líderes da ala da direita, fosse se tornar o secretário-geral.

Mas AKK fez um sinal aos simpatizantes de Spahn, afirmando que "a discussão interna no partido será um processo amplo que envolverá a todos".

O nome de AKK deve ser confirmado em convenção da CDU em 26 de fevereiro. O atual secretário-geral, Peter Tauber, deixa o cargo após um período de doença.

Em outro sinal de pressão, o partido de direita nacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD) ultrapassou pela primeira vez o Partido Social Democrata (SPD) em uma pesquisa nacional, despontando como o segundo partido mais forte do país. 

No levantamento do instituto Insa para o tabloide "Bild", a CDU obteve 32%; a AfD, 16%, e o SPD, 15,5% -- a margem de erro não foi informada.

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