Merkel defende concessões 'dolorosas' aos sociais-democratas

Em entrevista, chanceler alemã nega que esteja perdendo autoridade

A chanceler alemã, Angela Merkel, na sede da Chancelaria em Berlim
A chanceler alemã, Angela Merkel, na sede da Chancelaria em Berlim - John MacDougall/AFP
Berlim | Reuters

A chanceler alemã, Angela Merkel, defendeu neste domingo (11) as concessões "dolorosas" que ela fez aos sociais-democratas do SPD para assegurar um quarto mandato e disse que a crescente crítica entre os conservadores não era um sinal de que sua autoridade esteja perdendo força.

Questionada se ela planejava preparar um sucessor para liderar a CDU (União Cristã-Democrata) na próxima eleição, Merkel disse que queria que a geração mais nova do partido preenchesse postos no novo governo.

Em entrevista à emissora pública ZDF, ela comentou o crescente descontentamento entre os conservadores sobre sua decisão de dar ao SPD o poderoso Ministério das Finanças.

"Eu entendo a decepção", disse Merkel.

"E agora nós precisamos mostrar que podemos começar um novo time", acrescentou. "Nós temos seis postos ministeriais para preencher e do meu ponto de vista, nós precisamos assegurar que não sejam consideradas apenas pessoas com mais de 60 anos, mas também os mais jovens."

O acordo alcançado entre SPD e CDU na última quarta-feira (7), quase cinco meses após as eleições, deve ser submetido aos delegados social-democratas em convenção em 20 de fevereiro. O resultado será anunciado em 6 de março.

CDU e SPD também se comprometeram a limitar em 1.000 o número de refugiados entrando por mês na Alemanha para se reunir com familiares residindo ali.

Esse foi um dos pontos duros das negociações, assim como a proibição de um pesticida considerado danoso à população de insetos na Europa —essa última medida era uma reivindicação dos sociais-democratas.

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