Descrição de chapéu The New York Times

Serviço russo pode ter atuado em hacking nos EUA e envenenamento no Reino Unido

Agentes de Putin já foram denunciados por Washignton; britânicos podem seguir mesmo caminho

Membros do serviço de emergência britânico trabalham em local onde o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Iulia foram encontrados em Salisbury, no sul da Inglaterra - Ben Stansall - 8.mar.2018/AFP

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Londres | The New York Times

O mesmo serviço de inteligência militar da Rússia recém-acusado de ataque hackers durante a eleição americana de 2016 pode ter sido o responsável pelo envenenamento no Reino Unido de um ex-espião russo.

Segundo autoridades britânicas e americanas que falaram sob a condição de anonimato, investigadores do Reino Unido acreditam que o ataque com um agente neurotóxico contra o ex-espião Serguei Skripal e sua filha Iulia foi muito provavelmente realizado por membros ou antigos integrantes do serviço secreto militar (conhecido como GRU) do governo de Vladimir Putin.

As autoridades do Reino Unido estariam próximos de identificar as pessoas que elas acreditam terem sido responsáveis pela operação no início do março, no sul do país.

Os investigadores, no entanto, não descartam que o envenenamento tenha sido colocado em prática por outra agência de inteligência da Rússia ou por um braço que já foi privatizado.

O presidente Donald Trump tem menosprezado a investigação sobre o possível envolvimento russo na eleição presidencial de 2016. Na sexta-feira (13), porém, o Departamento de Justiça dos EUA denunciou 12 agentes de inteligência russos, sob acusação de promoverem um ataque hacker aos computadores do partido Democrata e da campanha de Hillary Clinton durante a disputa eleitoral.

A denúncia apresenta detalhes de uma operação sofisticada que teria sido realizada pelo GRU e que tinha como objetivo prejudicar o processo democrático nos EUA.

Analistas e autoridades do governo americano dizem que o GRU funciona como uma força de ataque secreta para o Kremlin em conflitos em todo o mundo.

O envenenamento de Skripal e de sua filha é um tipo diferente de operação, similar às práticas adotadas contra traidores pelos serviços de inteligência da Rússia e da antiga União Soviética.

Skripal trabalhou no GRU por cerca de 15 anos, mas também foi informante do MI6, serviço de espionagem britânico —um caso raro de traição entre integrantes do GRU.

Neste domingo (15), um porta-voz do presidente Putin negou o envolvimento do serviço de inteligência do país e que o governo considera as acusações uma enorme provocação.

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