Dicas
do Programa de Qualidade
MARÇO 2000
Cuidado
com o verbo extorquir
"Os
policiais são acusados de extorquir (!)
traficantes e sequestradores."
"Os
policiais são acusados de extorquir dinheiro
de traficantes e sequestradores."
Extorque-se,
sempre, algo de alguém. Logo, uma pessoa não pode "ser extorquida".
Atenção: esse verbo também é defectivo. Extorquir não é conjugado:
1) na primeira pessoa do singular (presente do indicativo); 2) no
presente do subjuntivo.
"Trata-se
de propostas"
"Como
se tratam (!) de propostas que
precisam ser aprovadas pelo Congresso..."
"Como
se trata de propostas que precisam
ser aprovadas pelo Congresso..."
Não
confunda: o se, aqui, não funciona como indicador da voz passiva.
No caso acima, o verbo tratar não é transitivo direto e não permite
voz passiva: é impossível dizer que as propostas "são tratadas".
Logo, o correto é "trata-se de propostas".
Não
escreva "face a"
"O
filme nos coloca face àquilo (!)
que não desejamos."
"O
filme nos coloca em face daquilo
que não desejamos."
Não
existe face a em português. O correto é em face de: "Em face do
perigo, demonstrou sua habitual calma" (exemplo adaptado do "Aurélio").
O
"se" supérfluo "
"Não
há razão para se temer a ditadura."
"Não
há razão para temer a ditadura."
Considera-se
erro o se antes de verbo no infinitivo (temer, comer, falar etc.).
Trata-se de uma redundância, pois o infinitivo já dá a idéia de
impessoalidade, dispensando, pois, o se.
Sujeito
com "quem"
"Quem
tem olho mais apurado, (!) vem
morar aqui."
"Quem
tem olho mais apurado vem morar aqui."
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