O
cabelo tem de ser liso e comprido, se for menina. Cuidadosamente
despenteado à base de gel, se for menino. Roupas e
tênis, só valem se for de marca. Se os "pré-requisitos"
não sejam cumpridos, eles podem ser considerados nerds
e serem excluídos da turma.
O excesso de vaidade infantil preocupa colégios de
São Paulo, que começaram a lidar com o tema
em classe. No Santa Maria, na zona sul, por exemplo, estudantes
da 4ª série têm uma disciplina chamada valores,
cujo objetivo é fazer os estudantes refletirem sobre
o quanto a aparência é importante. "Os alunos
se preocupam demais com a aparência", conta a professora,
Veronice Aparecida Leal Rocha.
Já no Stance Dual, no centro, os estudantes da 7ª
série participam do projeto Adolescência, que
discute o limite da vaidade e a aceitação daquele
que é diferente. "Os alunos precisam refletir
sobre esses temas, e não apenas consumir", diz
Ana Cláudia Corrêa, orientadora educacional da
escola.
Mãe de Stephanie, 10, Vera Lúcia Ribeiro, 45,
tenta impor limites à vaidade da filha. "Ela gosta
de se maquiar, mas não deixo que vá para a escola
de batom", conta. "Também não compro
roupa demais, mas agora ela quer escolher o que vestir sozinha."
Enquete feita pelo canal Cartoon Network com 2.657 crianças
de sete a 15 anos em janeiro mostrou que 33% escolhem as roupas
sozinhas e que 43% das meninas e 34% dos meninos acham importante
seguir a última moda.
Daniela Tófoli
As informações são da Folha de
S.Paulo.
|