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capital humano
23/11/2005
Mulher negra é duplamente discriminada

 

Marina Rosenfeld
especial para o GD

A mulher negra é a síntese da discriminação tanto de sexo quanto de cor no Brasil. Ela é mais pobre, trabalha em situações mais precárias, tem menores rendimentos e sofre com as mais altas taxas de desemprego. É esse o quadro em seis das principais regiões metropolitanas do país: Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal.

A crise do desemprego vivida pela população de uma forma geral, desde 1998, afeta particularmente as negras. Na chamada grande Salvador, por exemplo, onde a imensa maioria da população é composta por negros, foi encontrada a expressiva diferença de 14 pontos percentuais entre as taxas de desemprego para as mulheres negras (29,2%) e para os homens não-negros (15,2%).

A pesquisa feita pelo Departamento Intersidical de Estatística e Estudos Sócios Econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) mostra que mais de um terço da população dessas regiões trabalha sem carteira assinada. A grande maioria que se encontra em situação vulnerável é formada por negras. Em Salvador, Recife e São Paulo esse percentual ultrapassou os 50% das ocupações preenchidas por mulheres negras.

Esse dado é significativo pelo fato de grande parte delas estar em emprego doméstico. “Esta atividade, tipicamente feminina, é desvalorizada aos olhos de grande parte da sociedade, caracterizando-se pelos baixos salários e elevadas jornadas, além de altos índices de contratação à margem da legalidade e ausência de contribuição à previdência”, diz o relatório.

Em todas as regiões analisadas, o rendimento hora da mulher negra corresponde a não mais do que 61,2% daquele recebido pelos homens não-negros, que estão no topo da escala de ganhos do trabalho. Para a parcela populacional negra, o rendimento por hora das mulheres é sempre, em média, menor que o do homem em todas as regiões analisadas.

“Quando examinados os ganhos por hora dos trabalhadores, torna-se mais evidente a desigualdade por cor do que pelo rendimento mensal, pois sobre a remuneração mensal menor recebida pelos negros, incide uma jornada de trabalho maior”, conclui a pesquisa.

   

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