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comunidade
26/05/2004
Projeto cria banco alternativa para desenvolver cidade

 

Como bom farejador de atalhos, o terceiro setor encontra novas maneiras de cumprir tarefas que, em princípio, seriam de outra instituição, como de um banco. Foi o que aconteceu no conjunto Palmeiras, na periferia de Fortaleza.

A idéia nasceu em 1997, quando os ocupantes do conjunto fizeram uma pesquisa e perceberam que, juntos, os 30 mil moradores representavam um grande consumidor, embora individualmente fossem pobres -perto de 90% ganham até dois salários mínimos. "Consumíamos o que equivale hoje a R$ 1 milhão", relata Joaquim Melo, 42, um dos coordenadores e idealizadores do "banco alternativo". "Por que, então, não estimular que a própria comunidade produzisse o que esse grande consumidor precisava comprar?"

Em janeiro de 1998, a associação de moradores lançou o projeto Banco Palmas. "Tínhamos R$ 2.000 para começar. No primeiro dia, emprestamos tudo e ficamos lisos", relembra Melo. O dinheiro foi para moradores que queriam montar micronegócios, como uma pequena confecção. Diante do sucesso da empreitada, o Banco Palmas recebeu doações e ajuda de outras organizações não-governamentais e, após seis meses, já havia emprestado R$ 30 mil.

Hoje, tem R$ 50 mil emprestados e 500 moradores interessados na fila. Os empréstimos vão de R$ 10 a R$ 1.000, com juros de 1% ao mês para os valores menores e de 3% para os mais elevados. "É a nossa maneira de conseguir microcrédito", relata Melo. "No Brasil, pobre não consegue dinheiro no banco porque não tem como dar garantias. Para o Banco Palmas, interessa atender quem não as tem."

Com a abertura das linhas de crédito, foi criado também o palma, uma moeda de troca que funciona apenas dentro da comunidade. A idéia é estimular os negócios e fazer com que os ganhos com intermediação fiquem com os moradores. Hoje, quem precisa do serviço de um encanador, por exemplo, contrata alguém da comunidade e paga com essa moeda -pois esse encanador vai poder usar o mesmo dinheiro no pagamento de outro serviço ou mercadoria, sempre dentro dos limites do conjunto.

Sobre os empréstimos em palmas não são cobrados juros. Tudo funciona tão bem que, segundo Melo, o Banco Central chegou a acusar a comunidade de usar dinheiro falso -confusão que só foi desfeita em abril, quando uma investigação do BC terminou sem ver motivo para punições. "O fato é que o dinheiro de verdade está preso nos bancos, por isso criamos o nosso", provoca Melo.

A comunidade também criou empreendimentos paralelos para reforçar a geração de empregos, como a confecção Palma Fashion, a fabricante de produtos de limpeza Palma Limpe e a escola de empreendedorismo Palma Tec. Somando as iniciativas, a "holding" representou a abertura estimada de 1.200 postos de trabalho.

   

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