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Laptop de US$ 100 deve ir primeiro ao ensino básico
O ministro da Educação, Tarso Genro, manifestou interesse
em distribuir o laptop de US$ 100 para os alunos da 1.ª série
fundamental das escolas públicas. Segundo Genro, se o projeto
for aprovado, o MEC distribuiria os computadores portáteis
primeiro para o ensino básico, e só num segundo momento estenderia
para o nível médio.
"O laptop se enquadra perfeitamente entre o material escolar
do qual somos distribuidores", disse o ministro. "O laptop
entra fazendo a síntese entre o material escolar e a oferta
de programação e de conteúdo." Genro acrescentou: "Temos de
transformar isso numa política de Estado, não só de governo".
Atualmente, o MEC gasta R$ 60 milhões por ano só com livros,
distribuídos a 30 milhões de alunos da rede pública. Se a
proposta for aprovada pelo governo, a idéia é começar com
um projeto-piloto de 1 milhão de computadores, que com o tempo
se estenderiam para o restante da rede.
Protótipo para 1.ª série
A reação do ministro empolgou o diretor do Media Lab, Nicholas
Negroponte, que apresentou a proposta a Genro e a seus assessores
nesta quarta-feira.
"Normalmente, os políticos não se interessam pelo ensino básico,
porque só dá resultado dentro de 20, 40 anos", disse ele.
Negroponte disse que o Media Lab, que oferece a tecnologia
sem cobrar royalties nem patentes, vai agora se dedicar a
um protótipo especialmente para crianças da 1.ª série.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz
Furlan, que também recebeu os especialistas do Media Lab,
determinou que sua equipe faça um levantamento, até esta sexta-feira,
da capacidade da indústria brasileira de fabricar componentes
para o laptop.
Fabricantes
O País tem 62 fabricantes registrados de computadores e componentes.
A idéia é fabricar o maior número possível de componentes
no Brasil.
O Media Lab tem apresentado a proposta noutros países, como
China, Bangladesh, Egito, Colômbia e África do Sul. Aqueles
que não tiverem condições de fabricar os laptops poderão importá-los
do Brasil. "O Brasil pode se tornar o centro gravitacional
desse projeto", disse Negroponte.
A primeira reunião do grupo de trabalho criado para estudar
a proposta deve ocorrer nesta sexta. Aí já terá recebido de
Negroponte uma pauta de temas a serem levantados.
Ministérios e Lula
O grupo, coordenado por Cezar Alvarez, assessor da Presidência,
terá a participação de José Graziano, também assessor da Presidência,
e de representantes dos ministérios do Desenvolvimento, da
Educação, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, com
a colaboração do empresário Rodrigo Mesquita, que tem acompanhado
projetos do Media Lab no Brasil.
Depois de ouvir a apresentação de Negroponte na terça-feira,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a formação
do grupo e lhe deu 29 dias para elaborar um plano de trabalho.
No fim de julho, Negroponte voltará ao Brasil para discutir
o plano.
O diretor do Media Lab apresentou a proposta em fevereiro
na reunião de Davos. O ministro das Comunicações, Eunício
Oliveira, assistiu e pediu para Negroponte apresentá-la ao
governo brasileiro.
As informações são
da Agência Estado.
Governo estuda levar laptop de US$ 100 a estudantes
da rede pública
O governo brasileiro vai avaliar nos próximos 29 dias a viabilidade
do projeto de fornecer um laptop a cada aluno da rede pública
de ensino básico (fundamental e médio).
O projeto do computador de US$ 100, do Laboratório de Mídia
do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (Media Lab), foi
apresentado hoje pelos professores Nicholas Negroponte e Seymour
Papert ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta dos professores é utilizar os laptops como um instrumento
educacional, como os livros didáticos oferecidos aos alunos
da rede pública. Os computadores portáteis seriam usados pelos
estudantes na escola e em casa.
O governo brasileiro vai avaliar a possibilidade de adesão
ao projeto e de produção dos computadores ou parte deles no
Brasil.
O assessor especial da Presidência, Cézar Alvarez, vai coordenar
um grupo de representantes dos ministérios da Educação, das
Comunicações, da Ciência e Tecnologia e do Desenvolvimento
para levantar qual é a possibilidade concreta de viabilizar
o projeto no país e em quanto tempo seria possível colocar
a proposta em prática.
Os técnicos terão menos de um mês para verificar como a proposta
provocará mudanças metodológicas no ensino, e qual a dimensão
industrial e tecnológica do projeto.
Antes do encontro com Lula, Negroponte e Papert estiveram
na manhã de hoje com o ministro das Comunicações Eunício Oliveira.
Amanhã eles serão recebidos pelos ministros da Educação, Tarso
Genro, e do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Escala
Além do Brasil,
a China e os Estados Unidos também foram convidados a participar
do projeto piloto, que precisa de grande escala (entre 4 e
5 milhões de unidades) para que se chegue ao preço de US$
100, segundo os idealizadores.
Negroponte propôs ao governo brasileiro a compra de 1 milhão
de laptops no projeto piloto e o estabelecimento de uma meta
de levar esses computadores a 40 milhões de estudantes da
rede pública até 2010.
O governo não soube dimensionar ainda quanto isso custaria,
já que os laptops não seriam comercializados em lojas, mas
apenas em compras governamentais.
Custo
A proposta do Media Lab não prevê o pagamento de royalties,
o que contribuiria para a redução de preço do equipamento.
Segundo Negroponte, metade do preço um laptop (que custa cerca
de US$ 800 nos EUA), corresponderia ao custo de vendas, marketing,
distribuição e lucro, que não incidiriam sobre o projeto.
Dos US$ 400 restantes, cerca US$ 200 são referentes ao custo
da tela dos computadores. Como alternativa, o Media Lab desenvolveu
uma nova tecnologia que baixaria o seu custo para US$ 30.
O restante do custo seria reduzido com o uso de sistemas operacionais
menos pesados que os disponíveis no mercado comercial.
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online
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