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Fonte garantida
09/06/2004
Jovens buscam soluções para o desperdício de água

Acordar ao som da cachoeira, admirar a paisagem da represa abundante e viver reclamando de falta d’água. “É difícil para a gente, principalmente para quem tem criança pequena”, diz dona Patrícia. “Na escola tem aula só meio período porque não tem água”, completa.

Resolver o drama vivido pelos 3 mil moradores do Jardim Pretória, em Franco da Rocha, é o objetivo de uma das equipes de estudantes que se inscreveu no Projeto Soluções, da Rede Globo. Eles são curiosos, querem saber porque se lava tanta roupa de uma vez só... logo descobrem que, por causa da falta d’água, o serviço acumula.

O bairro, que surgiu de uma invasão em terras do Estado, tem um reservatório da Sabesp, mas em um levantamento os estudantes descobriram que as ligações são clandestinas.

Muitas famílias não têm condições de instalar caixa d’água e improvisam. Em uma das casas, a água é armazenada em um tambor e, na hora de se tomar banho, pega-se a água com uma caneca e enche-se a lata, que está até preta de tantas vezes que foi para o fogo. Depois de fervida, o pessoal vai para o banheiro apertado e despeja a água no corpo. Com o frio que anda fazendo ultimamente, dona Leonice já pegou oiro pneumonias.

O desafio é enorme. Mas qual seria a solução? “Nós vimos que o problema maior da população é abastecimento. Nós iremos nos juntar para trabalhar essa questão. Mas não só isso: queremos saber também como essas pessoas poderão fazer uso racional da água quando o abastecimento estiver regularizado. Junto a isso teremos uma campanha educativa”, explica Sílvio Luiz Placidino, estudante.

De volta às faculdades Oswaldo Cruz, na Barra Funda, os estudantes se reuniram hoje para definir detalhes do projeto. É nessa hora que Nelson César Boneto, professor de gestão ambiental, entra em cena. “Um vem com a questão de esgoto, outro com água, se vai ser abastecido pela Sabesp. Vamos tentar chegar a um denominador em que todas as idéias convergem para o uso racional da água”, avalia.

Você reparou? São os estudantes quebrando a cabeça pra encontrar a solução de uma drama que nem as autoridades tem conseguido resolver. É um desafio. Esse é o espírito do projeto soluções, sem dúvida, um chafariz de grandes idéias. E não é de hoje que este grupo se dedica ao problema da água.

Juliana de Carvalho Izidoro, 21 anos, a mais jovem da equipe, desenvolveu em laboratório um pó que remove metais pesados da água, como zinco e cádmio. O pó, chamado zeólita, é feito com a cinza do carvão e pode ajudar no tratamento de efluentes industriais. Esse experimento garantiu à Juliana o segundo lugar no prêmio Jovem Cientista 2003 na categoria estudantes. “Nós temos que nos preocupar muito, porque esse problema não afeta só Franco da Rocha, mas várias comunidades da região metropolitana de São Paulo”, diz ela.

Com a certeza de que podem contribuir como cidadãos, os estudantes se inscreveram agora à pouco, no projeto soluções, pela internet. Se você tem outras boas idéias, também pode se inscrever até o dia 18. O projeto vencedor ganha 10 mil reais, mas o maior prêmio mesmo vai ser colaborar para que São Paulo tenha um futuro melhor. Estudantes de todas as universidades da Grande São Paulo podem participar.

As informações são do site Globo.com.

 
 
 

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