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A
virginal Sandy e a promiscuidade sexual
Raramente
vejo qualquer capítulo de novela, por absoluta falta
de tempo e de interesse. Daí meu espanto atrasado com
a Estrela Guia, protagonizada por Sandy. Não fosse
a novela protagonizada pela rainha das virgens, transmitida
em horário infantil, talvez, muito provavelmente, não
tivesse razão para espanto.
Numa das
cenas do sábado passado, a mulher flagra o marido fazendeiro,
na sua própria casa, com duas amantes que, obviamente,
estavam interessadas apenas em dinheiro. Eles discutem, mais
fica por isso mesmo: a esposa aceita que as amantes durmam
em casa e, no dia seguinte, confraternizem num majestoso café
da manhã da fazenda. Não é só.
A mesma
esposa traída, peruíssima, dança sensualmente,
numa festa ao ar livre, com o musculoso capataz. E na frente
do marido, que também está com as duas amantes
- uma delas, também interessada no tal capataz. Misturado
a prazer e alegria, aquela promiscuidade aparece, com ares
de normalidade, nas telas.
Não
sou do tipo moralista e, aliás, tenho horror de quem
fica preocupado com os prazeres alheios, em cruzadas que,
na maioria das vezes, são hipócritas. O problema
é que, naquele horário, cenas como essas transmitem
valores para crianças ainda sem capacidade de discernimento.
São esses valores que consideramos corretos?
Vive-se,
no país, uma crônica crise moral, estampada em
manchetes todas as semanas: nesta semana, abordam, mais uma
vez, o presidente do Senado, Jader Barbalho, com novas revelações.
É uma crise de falta de princípios.
Tudo bem
que a mídia queira mais Ibope, faturar com a audiência,
entende-se, é a regra do jogo, mas daí a estimular
a total falta de princípios, num horário infantil,
vai uma longa distância.
Goste-se
ou não, queria-se ou não, o papel dos comunicadores
e educadores responsáveis é servir de contraponto
ao clima de descuido, omissão e irresponsabilidade
que testemunhamos no país.
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