Novo
salário mínimo não afeta emprego
O aumento de
R$ 151 para R$ 180 no salário mínimo não deve
alterar a oferta de empregos, segundo especialistas. Mesmo com o
conseqüente crescimento nos custos de produção,
a melhora do poder aquisitivo aquece o consumo, gerando vagas.
O novo valor
não altera os índices de pobreza, já que os
53 milhões de brasileiros pobres (34% da população)
não recebem sequer um salário mínimo.
(Gazeta
Mercantil)
Novo
piso não afetará o emprego
O impacto do
novo salário mínimo na redução dos índices
de pobreza não será significativo - pelo simples fato
de que, no Brasil, os pobres não ganham nem o mínimo.
'Quem recebe o mínimo ou valores a ele indexados já
está acima da linha da pobreza', aponta o economista Ricardo
Henriques, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o Ipea, em 1999, havia 53 milhões de brasileiros
pobres, ou seja, 34% da população.
Como o aumento
do mínimo não chega a esse contingente, na melhor
das hipóteses, calcula economista José Márcio
Camargo, da Pontifícia Universidade Católica (PUC)
do Rio, a pobreza poderá ter uma leve redução,
em torno de dois pontos percentuais. 'O impacto é um pouco
maior no setor público. Os funcionários perderam renda
per capita familiar', lembra Camargo.
Nos últimos
anos, estudiosos do tema têm chegado ao consenso de que o
mínimo não pode ser encarado como instrumento expressivo
para redistribuição de renda. Além de só
melhorar, efetivamente, a renda de quem está acima da linha
da pobreza, esse salário funciona como um indexador para
outros salários e preços, tendo pouca eficácia
para minorar a desigualdade. 'Há formas mais inteligentes
de se atacar a pobreza que restringir o debate ao salário
mínimo, como se faz há anos', diz o economista André
Urani.
Não se
nega, no entanto, o impacto positivo no mercado de trabalho. 'O
reajuste do mínimo, no patamar em que vem sendo feito, não
afeta negativamente o emprego', diz o economista Francisco Ferreira,
da PUC-RJ. Traduzindo: o encarecimento da mão-de-obra, que
repercute no mercado, é compensado pelo efeito positivo no
consumo - fator gerador de emprego. Segurar o mínimo só
teria sentido se gerasse desemprego ou informalidade.
(Gazeta Mercantil)
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