Ativista
negra processa empresas que exploraram mão-de-obra escrava Na
primeira ação do que, conforme prevêem especialistas, deverá
acarretar uma enxurrada de processos contra dezenas, talvez centenas de companhias
americanas, três corporações estão sendo acusadas,
por uma ativista negra, de terem lucrado a partir da exploração
de mão-de-obra escrava. A ativista, Deadria Farmer-Paellmann, apresentará
formalmente seu pedido hoje (26/03), em Nova York, em nome de todos os negros
americanos com ancestrais que foram escravos - a vasta maioria da população
negra dos EUA -, exigindo compensações financeiras. Deadria se reserva
o direito, ainda, de estender a queixa a até outras 100 corporações.
No processo,
aberto em nome da maioria dos 36,4 milhões de negros americanos, pede ainda
que as empresas contribuam para um fundo humanitário destinado a melhorar
as condições de saúde, educação e assistência
às crianças de comunidades negras. Especificamente,
três corporações estão citadas na queixa: a companhia
de seguros Aetna, a companhia ferroviária CSX e a empresa de serviços
financeiros FleetBoston. Deadria. Os advogados da ativista dizem que as três
empresas enriqueceram injustamente devido a um sistema ''que escravizou, torturou,
matou de fome e explorou seres humanos''. Processos
pedindo reparação pela escravidão seriam possíveis
no Brasil. Não há algo na lei brasileira que impeça. O único
empecilho é identificar que empresas se beneficiaram da escravidão,
se existem hoje, se os descendentes dos donos originais podem ser responsabilizados.
Ainda assim, o réu deve ser outro: como a escravidão era legal até
1888, os descendentes de escravos hoje entrariam com processo civil por danos
morais contra a União, não contra as empresas. Para o historiador
e professor da UFRJ Joel Rufino dos Santos, a lista de empresas brasileiras com
raízes na escravidão é grande. Leia
mais: - Escravidão
levada ao banco dos réus
Leia
também: - Ação
possível no Brasil - Mogno
e gado, à base de trabalho escravo
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