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Dia 31.07.02

 

Candidatos realizam maratonas de palestras sobre economia e trabalho

Com o nervosismo do mercado, o dólar em alta recorde, o consumo em baixa, e o desemprego alcançando patamares impensáveis, não há como os candidatos à presidência relegarem economia e mercado de trabalho para segundo plano. Por isso, promovem uma verdadeira maratona de reuniões e palestras para acalmar o empresariado.

Em encontro de mais de duas horas com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, cobrou dos empresários uma atitude menos passiva na política nacional. O presidente da Federação, Horacio Lafer Piva, chegou a afirmar que sentia "uma vibração positiva no ar". No entanto, o petista não convenceu seus ouvintes. Grande parte por não apresentar soluções concretas para os problemas que tanto critica no atual governo.

Enquanto isso, alguns dos principais empresários do país se reuniram, em São Paulo, num jantar reservado em torno de José Serra, candidato tucano. A reunião foi organizada para que os empresários, preocupados com a possibilidade de vitória de Ciro Gomes (PPS) ou de Lula (PT), dessem sugestões ao candidato. Entre os conselhos estavam: mudança radical em sua postura, que deverá se opor ao atual governo. Exatamente o contrário do que está fazendo, quando, por exemplo, participou de um almoço com Malan e de outro com FHC, numa estratégia de "colar" sua imagem à do governo.

Já Ciro Gomes, PPS, em discurso para cerca de 300 empresários da construção civil, prometeu a criação de um ministério da habitação e desenvolvimento urbano e previu que o país passará, em 2004, por um "colapso certo" de energia. Agradou os participantes, mas alega-se que falta uma substancial base para a elaboração dos projetos então apresentados.

Embora tenham sobrado críticas para todos os lados, nada se compara à visita do candidato Anthony Garotinho à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Provocando risos em muitas ocasiões, seu discurso foi repleto de críticas ao governo, FMI e ao Banco Central. O presidente da Bovespa, que esteve ao lado de Garotinho durante a palestra, saiu sem comentar as declarações do candidato do PSB, classificado como "folclórico, cômico e sem conteúdo" por representantes de corretoras que participaram do encontro.

Leia mais:
- Ciro fala em mudar envio de dinheiro ao exterior e recua
- Em jantar, PIB dá apoio a Serra, mas pede mudanças
- Garotinho provoca risos na Bovespa

 

 
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Ciro fala em mudar envio de dinheiro ao exterior e recua

O candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, afirmou ontem, em São Paulo, que, em seu eventual governo, as contas CC-5 receberão tratamento diferenciado em relação ao que chamou de ""fluxo de financiamento regular".

""Um governo que eu presida não vai tratar fluxo de financiamento regular com a mesma regra que trata de [financiamento" narcotráfico, contrabando de armas, dinheiro de superfaturamento de obra pública roubada por político. Passa tudo pelo Banco Central. Pode um negócio desses?", disse em palestra para entidades ligadas à construção civil.

Mas ele se negou a explicar sobre as alterações e depois recuou. Demonstrando muita irritação, recusou-se a responder sobre o assunto. ""Faça a intriga que quiser. Toque fogo no país, mas não com a minha colaboração."

Criadas em 1969, as contas CC-5 permitem que empresas multinacionais, firmas brasileiras e pessoas físicas com interesses no exterior transfiram dinheiro para fora do país. São utilizadas ainda para o envio de recursos a brasileiros que vivem no exterior. Com o tempo, acabaram também sendo usadas para remessas ilegais.

Segundo Ciro, o tema está sendo manipulado com o objetivo de atribuir a ele a crise no sistema financeiro nacional. ""Vão levantar o negócio de que estou causando a crise cambial porque disse que não vou aceitar que narcotráfico mande dinheiro para fora pelo Banco Central. Então elejam outro. Democracia é bom por isso. Medo não vão fazer. Não vão me enquadrar porque não aceito ser enquadrado", afirmou, exaltado.

Pouco mais tarde, tentando demonstrar tranquilidade, voltou a tratar do tema em outro evento.

"Não tenho nenhuma opinião sobre nada que se refira à CC-5. A não ser no contexto da segurança pública. E, nessa ambiência, a única hora em que eu mencionei, foi na de que, no meu governo, entre os crimes federais, haverá uma atenção especial com o crime financeiro, a lavagem de dinheiro do narcotráfico e do contrabando de armas", explicou.

"E mais não disse. Por favor, cuidem de não espalhar boatos porque isso arrebenta o nosso país."

O recuo no comportamento do presidenciável demonstra sua preocupação com declarações que desestabilizem ainda mais o mercado e que possam ser vinculadas à sua candidatura.

De acordo com Ciro, ao tratar das CC-5, a imprensa pode estar à serviço da ""máquina de boatos e de intrigas" do tucano José Serra. O tema, entretanto, foi sugerido a ele, da platéia, por um de seus correligionários, o deputado Emerson Kapaz (PPS).

Antes da palestra, o presidenciável se disse ""muito preocupado" com o dólar e, embora tenha repetido que "em nenhuma hipótese" assinaria um novo acordo com o FMI, declarou estar disposto a ""cooperar" para que o país supere a atual crise.

"Sou oposição, mas, tendo a responsabilidade que tenho, quero dizer que nós precisamos achar uma fórmula de cooperar, todos nós, para que o país tome controle dessa questão. Porque uma crise cambial agora, que saia do controle, vai prejudicar e machucar muito o povo."

Em discurso para cerca de 300 empresários da construção civil, prometeu a criação de um ministério da habitação e desenvolvimento urbano e previu que o país passará, em 2004, por um ""colapso certo" de energia.

Também referiu-se de modo elogioso ao tucano Tasso Jereissati, seu padrinho político e desafeto de Serra, ao falar sobre o aumento da renda per capita no Ceará. ""Nós a dobramos, eu e Tasso. Dei minha modesta colaboração."

Na platéia, a presença ainda de dois malufistas, o vereador Erasmo Dias e o deputado estadual Wadih Helu, fundador da Arena. ""Vim conhecê-lo e ele me impressionou bem. Vou votar nele. O Erasmo também", disse Helu.

(Folha de S. Paulo - 31/07/02)

 

 
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Em jantar, PIB dá apoio a Serra, mas pede mudanças

Alguns dos principais empresários do país se reuniram anteontem, em São Paulo, num jantar reservado em torno de José Serra, candidato tucano à Presidência. O encontro foi organizado por Luiz Felipe D'Ávila, diretor-superintendente da Editora Abril, e por sua mulher, Ana Diniz, do grupo Pão de Açúcar. O empresário Abílio Diniz, pai de Ana e dono da empresa, estava presente.

Entre os convidados estavam Pedro Moreira Salles (Unibanco), Márcio Cypriano (Bradesco), Carlos Ermírio de Moraes (Votorantim), Milú Villela (Itaú), Ivan Zurita (Nestlé), Horacio Lafer Piva, presidente da Fiesp, o publicitário Luiz Salles, o ex-presidente do BNDES André Lara Resende e o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros.

A reunião foi organizada para que os empresários, preocupados com a possibilidade de vitória de Ciro Gomes (PPS) ou de Lula (PT), dessem sugestões ao candidato. Foi uma reunião de eleitores de Serra preocupados com o tom da campanha e achando que as coisas têm que mudar, segundo definiu à Folha um dos presentes.

D'Ávila abriu o jantar (peito de pato, camarão, vinho Borgonha, champanhe e, de sobremesa, sorvete de nata) afirmando que, se a eleição se decidisse apenas pela trajetória e currículo dos candidatos, Serra seria aclamado. "Mas não é só isso. É preciso vender a imagem de um futuro melhor."

André Lara Resende foi ainda mais realista. Fez duras críticas à política econômica e responsabilizou o governo de Fernando Henrique Cardoso pela atual crise. Conclamou Serra a explicitar as mudanças que pretende fazer e a mostrar que é "o mais hábil" para gerir a grave situação do país.

Mendonça de Barros seguiu na mesma linha, afirmando que, se Serra não explicitar as diferenças em relação a FHC e ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, dificilmente ganhará as eleições.

Nas últimas semanas, o candidato fez o contrário: participou de um almoço com Malan e de outro com FHC, numa estratégia de "colar" sua imagem à do governo.

"O que eu e o André falamos é que as pessoas têm que acordar pois a situação econômica é muito complicada. Alertei que o PIB vai ser negativo no último trimestre. O Malan sempre defendeu que o crescimento seria consequência da estabilidade, mas o Brasil não cresceu nada nos últimos anos", diz Mendonça.

"Dissemos que o Serra tem que deixar muito claro para a população que vai mudar a política econômica. Se não, vai ficar numa situação muito difícil. Ele tem que oferecer a utopia de que nós vamos retomar o crescimento." Para o ex-ministro, "não só a era FHC acabou" como "a lembrança dos últimos anos é muito ruim".

Para Mendonça, "Serra não está conseguindo passar a imagem de que vai conseguir liderar esse processo. Em resumo, ele tem que mostrar a alma".

Coube ao publicitário Nelson Biondi, coordenador do marketing da campanha tucana, defender a estratégia adotada e tentar convencer os presentes de que a má situação de Serra nas pesquisas pode ser revertida.

"Vocês estão criticando a campanha antes de ela começar", afirmou. O publicitário explicou que a campanha não tem hoje "o controle da comunicação", pois não há horário eleitoral gratuito, e a imagem que aparece do candidato é a que a mídia transmite.

"E as notícias, nos últimos meses, foram quase todas negativas", disse. Como exemplo, ele citou o caso de Roseana Sarney, em que Serra apareceu como suspeito de "armação" contra a pré-candidata, e as denúncias envolvendo Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-tesoureiro de campanhas tucanas.

"Quando tivemos o controle da comunicação, com o horário do partido, em março, ele subiu. A partir de agosto, vamos ter o controle novamente", afirmou Biondi. Ele afirmou ainda que 46% dos eleitores ainda não definiram o voto. E que a metade dos 54% que declaram a preferência ainda pode mudar de candidato.

Ao falar, Serra mostrou, com números, que a exposição de Ciro foi quase duas vezes maior do que a dele. Disse que Ciro teve direito a 4 mil GRPs (unidade que mede a exposição na mídia) em 23 dias, enquanto ele teve cerca de 2 mil GRPs em três meses. Reafirmou ainda seu compromisso com mudanças e afirmou que elas devem ficar claras nos programas gratuitos de TV, em agosto.

(Folha S. Paulo - 31/07/02)

 

 
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