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inclusão digital
07/04/2005
Estação Digital de Boa Vista começa a funcionar em abril

Jovens, crianças e idosos de baixa renda de Boa Vista, Roraima, terão, em abril, oportunidade de ter o primeiro contato com a informática. A primeira Estação Digital na cidade começa a funcionar na Universidade Federal de Roraima, aparelhada com 10 microcomputadores e um servidor. “Em uma visita à Fundação, o nosso Reitor Roberto Ramos Santos foi apresentado ao projeto e gostou muito. Pediu que fosse feita a parceria. Enviamos um projeto que foi aprovado”, conta Geyza Alves Pimentel, Pró-Reitora de Extensão, explicando como a Estação Digital UFRR virou realidade. O laboratório recebeu o nome de Estação Digital UFRR.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de 2003 (Pnad), em Roraima apenas 8,6% dos domicílios têm microcomputadores em casa. É um dos menores índices do país. As estatísticas coletadas apontam o Distrito Federal como o local que apresenta maior grau de inclusão digital, com cerca de 30% do total de domicílios com microcomputadores. Em seguida vem São Paulo (24,6%), Rio de Janeiro (20,7%), Santa Catarina (20%) e Paraná (17,9%). As menores taxas de acesso encontram-se nos estados brasileiros mais pobres, como Piauí (3,3%), Maranhão (3,8%), Tocantins e Alagoas (5,4%).

Mas a triste realidade da exclusão digital começa a mudar em Roraima. Com o projeto da Estação Digital UFRR, a Fundação Banco do Brasil pretende contribuir para a inclusão digital. No projeto de Roraima, pessoas carentes de várias faixas etárias terão seu primeiro contato com a informática. “Procuramos atender a um público que estava fora do uso do computador, como crianças, jovens e pessoas da terceira idade. E também dos seis bairros que ficam perto da universidade”, conta Geysa. São eles: Cauamé, Caranã, Jardim Floresta, Mecejana, Bom Futuro e Aeroporto.

Outro segmento da população que será atendido pelo projeto é o de detentos do Presídio Agrícola do Estado. Inscritos no Projeto João de Barro, fruto do convênio entre a Universidade e a Secretaria de Interior de Justiça, esses jovens selecionados por uma comissão que conta com psicólogos, juristas e educadores, terão a chance de se qualificar para, após cumprirem a pena, voltarem ao mercado de trabalho. “São apenados que cumprem pena em regime semi-aberto e prestam serviço dentro da Universidade”, destaca a pró-reitora. O projeto reúne 19 condenados por penas leves, homens de 23 a 50 anos, que cumpriram penas restritivas de liberdade.

Dois alunos da UFRR e um do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica), que se candidataram à vaga de monitor, serão os responsáveis por ministrar o curso. Eles foram capacitados pela Fundação Banco do Brasil, em Brasília. No caso de Boa Vista, os inscritos farão cursos de informática sem custo algum nos primeiros seis meses do projeto, depois será cobrada uma taxa para manutenção dos computadores. ”Ainda não temos um valor definido. Vamos conversar com os monitores para ver os custos para manutenção do equipamento e para a bolsa dos monitores”, conta Geysa.

O novo laboratório de informática funciona no bloco IV do Campus do Paricarana. O Curso de Iniciação à Informática começa no dia 4 de abril, com duração de um mês e turmas de 10 alunos. Ao todo são 60 vagas. Os inscritos passam por um processo de seleção, mas os que forem reprovados não devem se preocupar: ”Já temos turmas preenchidas para os próximos cursos”, conta a pró-reitora.

A intenção dos organizadores da Estação Digital UFRR é manter grupos contínuos. O laboratório também será aberto à população necessitada dos bairros adjacentes nos horários vagos. “Disponibilizaremos a sala para vários serviços, como acesso à Internet e imposto de renda, apenas para a comunidade que não tem microcomputador”, afirma.

Geysa acrescenta que as aulas podem trazer dois benefícios: capacitar o estudante para o mercado de trabalho e proporcionar lazer aos alunos. “Para as crianças e jovens esperamos que eles possam utilizar o microcomputador no dia-a-dia da escola, para fazer pesquisas. Já para a terceira idade, vemos como uma fonte de lazer e de informação. Para o público adulto será mais um auxílio no trabalho, uma ferramenta de qualificação.“

As aulas serão ministradas nos três turnos, manhã, tarde e noite, de acordo com o público-alvo. Durante as manhãs será a vez da comunidade de Boa Vista e dos funcionários do Projeto João de Barro. À tarde, participam das aulas jovens de 09 a 16 anos, grupos da terceira idade e da comunidade, em turmas separadas. À noite, a Estação Digital atenderá somente grupos da terceira idade.

A falta de acesso da população carente às novas tecnologias foi detalhada em 2003, no Mapa da Exclusão Digital. Com dados coletados do Pnad e IBGE, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), da ONG CDI - Comitê para Democratização da Informática e da Sun Microsystems, elaboraram o mapa nacional de acesso à informática. De acordo com o levantamento, 12,42% da população que vive em áreas urbanizadas tem acesso a computadores, mas no interior, apenas 0,98% está incluído no meio digital.

Esse retrato vem, no entanto, mudando. O acesso a computadores domiciliares cresce a cada ano, embora a porcentagem ainda seja pequena em relação ao número total de domicílios. Segundo dados da Pnad de 2002, 14,5% dos domicílios possuem computador. Em 2003, a proporção geral de domicílios com computador alcançou 15,3%, dos quais 11,4% ligados à Internet.

THAIS SENA SCHETTINO
do site da Fundação Banco do Brasil

   
 
 
 

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