LONDRINA
(PR) - Pouco desperdício, menos lixo e mais criatividade.
É com esse objetivo que a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), juntamente com
os parceiros Empresa Agrícola de extensão Rural
(Emater) e Instituto Ambiental do Paraná (IAP) criaram
o projeto "Trilha da Vida", pretende trabalhar a
conscientização das pessoas sobre a importância
do meio ambiente.
Para isso, a Sema construiu, na 45ª Exposição
Agropecuária e Industrial de Londrina que termina no
próximo dia 17, uma trilha que privilegia a natureza.
Revestida com pedras e pedaços de madeira e uma escada
de acesso feita com troncos de pino, quem passar pelo local,
encontra diversas espécies de árvores nativas
e frutíferas.
Para as crianças que visitarem a trilha, cartazes
ilustram o trajeto: desenhos de animais suplicando para que
cuidem de seu habitat e a reprodução de um pedaço
urbano, para ser mais específico, na área central,
constituído apenas de prédios, com um espaço
físico muito pequeno entre eles e quase sem árvores.
"Além da gente contar com pouco sol, as construtoras
não respeitam a questão do espaço entre
as construções", reclama Rosa Riskalla,
assessora de Educação Ambiental e militante
do Partido Verde (PV).
Ao final da trilha, uma casa chama a atenção
porque em sua arquitetura os componentes são de produtos
reaproveitados. A telha, por exemplo, é fabricada com
caixas de leite; a parede com resíduos de papelão
e alguns móveis são de papelão também;
outros são produzidos com pés de café
e de bananeira que quando chegam numa idade avançada
são cortados. Algumas ferraduras foram pintadas e coladas
numa madeira para enfeitar a casa. "É possível
refazer com qualidade, beleza e praticidade", ressalta
a ambientalista.
O reflorestamento é prioridade também para
a ambientalista que na semana passada sobrevoou o Estado do
Pará e acabou não gostando do que viu. "O
Pará não tem "entorno" verde. Cada
vez que se aproximava mais do sul do desse Estado, a área
mais devastada do país, a ferida fica maior",
lamenta.
Rosa criticou a prática das queimadas já que
essas empobrecem o solo. "São modelos antigos
que usam na agricultura. A política dos governos do
sul era de derrubadas. Eles incentivavam [o desmatamento]
financeiramente", desabafa.
De acordo com Rosa, outro fator preocupante é o dos
lixões que estão cada vez mais saturados. Para
tentar resolver essa questão, o governo estadual lançou
o Projeto "Desperdício Zero". Alguns objetos
como garrafas plásticas, vidro, latas, elementos orgânicos
e papel estão expostos na feira no Parque Governador
Ney Braga, para explicar o procedimento de separação
do lixo. Um recinto com um manequim retrata o tempo que levamos
e a quantidade de lixo que produzimos.
O Paraná tem 399 municípios e, segundo Rosa,
80 deles já aderiram ao trabalho de extinção
dos lixões a céu aberto, transformando-os em
aterro controlado. "O lixo tem dono. O município
é responsável por ele, mas nós devemos
nos conscientizar e ajudar na separação, para
que o projeto se torne uma grande realidade", incentiva.
CRISTIANO SILVA
do jornal laboratório Comtexto
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