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16/10/2003

Lula afirma ter "dívida" com a educação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou ontem, Dia do Professor, que seu governo ainda está em débito com a educação. Disse também que os salários dos docentes são baixos e que muitos dão aulas em condições precárias.

"Confesso que nós ainda temos uma dívida muito grande com a educação", afirmou. "Sabemos que, no Brasil, o salário dos professores são baixos. Sabemos que muitos de vocês dão aulas em condições totalmente precárias."

O presidente discursou cercado por aproximadamente 150 professores, que compareceram à cerimônia do Dia do Professor, no Palácio do Planalto, com câmeras para tirar fotos ao seu lado.

Lula aproveitou para prestigiar o ministro da Educação, Cristovam Buarque. O presidente já reclamou publicamente de Cristovam pelo fato de o ministro cobrar mais dinheiro para sua pasta.

"Ninguém mais do que o nosso companheiro Cristovam tem se dedicado à educação", afirmou o presidente. Disse ainda que o ministro "tem o compromisso, em nome do governo, de mudar a realidade da educação".

Antes da cerimônia, ao falar com jornalistas, Cristovam evitou pedir dinheiro. "Se eu dissesse que preciso de mais [recursos], vocês diriam que estou reclamando. Se dissesse que estou satisfeito, seria uma raridade", afirmou.

Sobre o Orçamento de 2004, afirmou: "Todo ministro é ministro da sua pasta e também da estabilidade monetária. Não podemos deixar a inflação voltar".
O ministro afirmou que pretende, a partir de acordo com Estados e municípios, definir um piso salarial nacional para os professores e aumentar os rendimentos médios até 2006. Para estabelecer o piso, o Congresso precisa aprovar um projeto de lei. Segundo ele, na proposta do governo deve constar a previsão de vincular gratificações e aumentos ao desempenho do professor, como dedicação ao trabalho, frequência e aprendizado dos alunos.

Ontem, Lula repetiu que está longe de ter feito tudo o que gostaria, mas afirmou que espera reverter isso. "Tenho nove meses de mandato, portanto ainda tenho muito mais tempo pela frente."

Depois de afirmar que é "ruim para o país" o fato de crianças passarem quatro anos na escola sem aprender, o presidente Lula afirmou que pretende dar ao menos uma "pequena contribuição" para a educação.

"Quero terminar o meu mandato e poder viajar por este país. Em cada lugar que eu chegar, quero poder olhar na cara de um professor, de uma professora e dizer que dei a minha pequena contribuição para melhorar a educação do nosso país", finalizou.

 


GABRIELA ATHIAS
Da Folha de S. Paulo, sucursal de Brasília

   
 
 
 

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