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caso waldomiro
18/02/2004
Governo só aceita CPI se for para todos

BRASÍLIA - Decidida a frear a instalação da CPI da Casa Civil, a bancada do PT no Senado decidiu ontem enfrentar os partidos de oposição e mudou a estratégia. Em tom de ameaça, pediu uma investigação mais ampla em torno do financiamento de campanhas eleitorais recentes. Concentrando a ofensiva no PSDB - ao recuperar suspeitas levantadas em torno da privatização do setor elétrico e da origem dos recursos da campanha de José Serra -, os petistas conseguiram azedar ainda mais o clima no Congresso, dando fôlego à coleta de assinaturas para a criação da comissão.

" Não vamos admitir uma investigação pontual e isolada. Se é para trazer este assunto para o Congresso, tem de ser amplo, geral e irrestrito, em torno de todos os financiamentos em que pesaram suspeitas", afirmou Ideli Salvati (SC), líder da bancada do PT no Senado.

"O líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), levou aos colegas de bancada uma lista de episódios ocorridos na gestão do PSDB".

"Não ressuscitamos pedidos de CPI que fizemos no passado, mas, se formos investigar, é preciso olhar para trás com coragem e investigar tudo", avisou.

Traçada para forjar um recuo da oposição, a ofensiva do PT não surtiu o efeito desejado. De um lado, PSDB, PFL e PDT elevaram o tom na defesa da CPI da Casa Civil. De outro, o PMDB adotou posição cautelosa. Reunidos durante almoço, os senadores da legenda decidiram aguardar os desdobramentos das investigações da Polícia Federal antes de rejeitar a idéia de uma CPI para investigar denúncia de prática de corrupção e tráfico de influência envolvendo o ex-subsecretário de assuntos parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz.

"Podem investigar as teles, o Serra, ou o melhor, investiguem a Ruth Cardoso. Não vou brecar coisa alguma. Nunca fui herói de CPI, mas vamos continuar coletando assinaturas para investigar o caso Waldomiro", reagiu o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM).

Controlada até a noite da segunda-feira, a ofensiva da oposição ganhou fôlego ontem em decorrência de trapalhadas do PT. Divididos quanto à conveniência da instalação de uma CPI para apurar os deslizes de Waldomiro, setores do PSDB admitiam negar assinatura a requerimento defendido por um colega de bancada. Ao menos três senadores da sigla estavam decididos a rejeitar a CPI, mas mudaram de idéia diante dos ataques petistas a figuras do partido.

Causaram especial irritação as declarações do presidente nacional do PT, José Genoino, atribuindo a José Serra, presidente nacional do PSDB e candidato derrotado na disputa presidencial, a autoria do dossiê contra Waldomiro. A gota d'água caiu ontem, quando senadores petistas deixaram a reunião ameaçando reabrir o caso Ricardo Sérgio e investigar a fundo a privatização das estatais do setor elétrico. Qualificando a atitude do PT como chantagem política, tucanos renitentes cogitavam mudar de atitude. Declarações desencontradas de petistas mudaram o clima também no PFL.

Mapeamento feito pela liderança do PSDB indica que o requerimento para a criação da CPI da Casa Civil conta com 22 assinaturas. Autor do pedido, o senador Antero Paes de Barros (MS) teve a garantia do apoio de outros cinco colegas. Nos próximos dias, pode alcançar as 27 rubricas necessárias. Apesar dos desencontros de ontem, políticos influentes no Congresso avaliam como improvável a instalação da CPI. Às vésperas de eleições municipais, uma investigação desta natureza afastaria os tradicionais financiadores de campanhas eleitorais.

Divididos, os parlamentares do PMDB decidiram aguardar o desfecho das investigações. O partido não assinará o requerimento por enquanto, mas estuda defender apurações pelo Congresso no caso do surgimento de fatos novos. Líder da bancada no Senado, Renan Calheiros (AL) tem encontrado dificuldades para controlar os dissidentes. Ontem, liberou o apoio do senador Pedro Simon (RS), caso falte à oposição uma assinatura para instalar a comissão. Simon fizera discurso no plenário defendendo as investigações.

A cautela do PMDB se sustenta na possibilidade do surgimento de fatos novos envolvendo o ex-assessor do chefe da Casa Civil. Abortar uma CPI antes das conclusões da Polícia Federal, avaliaram os peemedebistas, seria arriscado. Calheiros chegou a sugerir a divulgação de uma nota oficial reiterando o apoio ao Planalto e rejeitando a CPI, mas foi convencido pelos colegas a esperar.


 

 


As informações são do Jornal do Brasil.

   
 
 
 

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