A Organização
Internacional do Trabalho (OIT) divulgou nesta quinta-feira
a edição de 2004 de seu relatório global,
intitulada "Organizar-se em Prol da Justiça Social".
O documento aponta melhorias nas condições de
trabalho em todo o mundo, mas chama a atenção
para problemas ainda recorrentes em diversos países.
Segundo a organização, os principais obstáculos
para o cumprimento dos direitos trabalhistas são a
informalidade, a ameaça contra sindicalistas, o trabalho
escravo, o subemprego e a exploração da mão-de-obra
infantil.
Neste ano, a OIT --uma das principais instituições
formadoras do Fórum Nacional do Trabalho, criado para
debater as reformas sindical e trabalhista no Brasil-- tem
como bandeira a defesa da liberdade de associação
e de negociação coletiva.
O relatório aponta que, no Brasil, não há
liberdade suficiente para que trabalhadores se associem às
entidades sindicais que desejem. A OIT espera, porém,
que a situação melhore com a aprovação
da reforma sindical.
Informalidade
Para Armand Pereira, diretor do escritório
da OIT no Brasil, houve um progresso na consciência
mundial a respeito dos direitos fundamentais dos trabalhadores.
"Mas ainda existem problemas sérios como violência
e ameaça contra sindicalistas no Brasil, na Colômbia
e na Venezuela", explica Pereira.
De acordo com o diretor da OIT, a Ásia ainda é
o continente que apresenta piores condições
de trabalho, apesar da melhora em relação à
última edição do relatório. Já
a África se assemelha à América Latina
quanto a seu principal problema -- a informalidade.
Nesse aspecto, Armand Pereira recomenda que trabalhadores
informais se organizem em sindicatos, o que poderia favorecer
a defesa de seus direitos.
A publicação do relatório global acontece
anualmente como parte da campanha da OIT de promoção
e aplicação da Declaração de Princípios
e Direitos Fundamentais no Trabalho e seu Seguimento, de 1998.
ALINE GATTONI
da Folha Online
|