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serasa
25/03/2004
Consumidor acreditou na recuperação da economia e endividou-se no Natal

SÃO PAULO - O consumidor se endividou mais no Natal, acreditando que a recuperação da economia viria mais rapidamente, avaliou o economista Carlos Henrique de Almeida, da Serasa, empresa de análise financeira. O índice de inadimplência com cheques sem fundos aumentou 2,6% em fevereiro.

Levantamento feito pela Serasa mostrou que a cada mil cheques compensados 16 foram devolvidos por falta de fundos. É o índice mais alto para um mês de fevereiro desde 1991, quando a pesquisa começou a ser feita. No mês passado, foram compensados em todo o país 158,4 milhões de cheques, dos quais 2,53 milhões foram devolvidos por falta de fundos.

Para Almeida, o comportamento da inadimplência com cheques será semelhante ao de 2003, quando as compras feitas no Natal refletiram em aumento nas taxas de inadimplência durante todo o primeiro semestre. O motivo, diz ele, é que a queda do juro ainda não mudou a situação da renda e do emprego.

"A inadimplência só cai quando melhora a renda e as empresas voltam a contratar. Mas a criação de empregos só deve ocorrer no segundo semestre, pois as empresas usam primeiro a mão-de-obra que já está empregada, ocupando capacidade ociosa", explica.

O economista da Serasa diz que o aumento do número de cheques sem fundo não muda a situação da inadimplência geral, que pode estar em queda. Segundo ele, o consumidor continua contraindo crédito bancário para acertar dívidas em atraso. No primeiro bimestre deste ano o crédito bancário teve aumento real de 1,67% (3,06% sem descontar a inflação), que não teve contrapartida no consumo. O cheque representa 36% da inadimplência total e a taxa de inadimplência na modalidade é de 1,6%, considerada aceitável.

"Não há um repique geral de inadimplência", afirma Almeida.

O pico de inadimplência com cheques ocorreu em maio de 2003, quando a cada mil cheques compensados 17,6 foram devolvidos sem fundos. Foi o recorde de devoluções, sob todos os aspectos de comparação, desde a criação do indicador, em 1991. A média anual em 2003 também foi recorde, de 15,5 cheques devolvidos a cada mil compensados.




ROBERTO SAMORA
do Globo Online

   
 
 
 

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