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economia
26 /05/2004
Brasil quer fornecer alimentos para a China em troca de investimentos

XANGAI. O Brasil quer negociar com a China um acordo bilateral para suprir parte da demanda do país por alimentos nas próximas duas décadas, em troca de investimentos em infra-estrutura logística. As negociações começaram em novembro de 2003, quando o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, visitou o país. No início deste ano, o ministério sugeriu a formação de um grupo de trabalho misto para estudar o aumento do consumo na China e a capacidade do Brasil de atendê-lo. Os chineses estão analisando a proposta e, nos próximos dois ou três meses, segundo o ministro, deverão se reunir com o governo brasileiro dar seguimento às discussões:

"Os chineses estão muito interessados no assunto. Entregamos a minuta de um documento com referências a todos os temas que gostaríamos de discutir neste grupo sino-brasileiro, inclusive a questão da infra-estrutura logística. Esperávamos assiná-lo aqui, durante a viagem do presidente Lula. Mas como o documento é muito amplo, os chineses não se sentiram em condições de aprovar tudo. Vamos afinar isso nos próximos meses."

Mais que a possibilidade de assegurar um mercado para a produção de alimentos no país, um acordo desse tipo permitiria ao Brasil viabilizar sua necessidade de investimento em infra-estrutura de transporte, como ferrovias e portos. A China patrocinaria esses investimentos e o Brasil, por sua vez, os pagaria exportando alimentos, sugere Rodrigues.

‘Corpo-a-corpo’
O ministro da Agricultura disse que, nos próximos 20 anos, a China enfrentará o maior êxodo rural já visto num mundo. Cerca de 350 milhões de pessoas, quase dois Brasis, deixarão o campo rumo às cidades. Isso significa que uma significativa redução na oferta de água para irrigação, em razão da demanda maior nas áreas urbanas. Como a agricultura chinesa depende muito da irrigação, há expectativa de uma forte queda na produtividade das lavouras e na oferta de alimentos.

"O Brasil, por sua extensão territorial, é capaz de atender parte dessa demanda chinesa. Temos área plantada de 62 milhões de hectares e, pelo menos, 90 milhões de hectares para serem ocupados pela agricultura. Nós poderemos suprir o que eles não conseguirão produzir", disse Rodrigues.

Depois de uma superprodução política e do anúncio de várias parcerias de vulto em Pequim, para “vender” o Brasil à China, agora as negociações devem se estender ao varejo. Essa é a avaliação de pelo menos dois ministros da comitiva do presidente Lula, na segunda parte da visita ao país asiático: Xangai.

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, lembrou que, mesmo sem ter qualquer acordo comercial ou diplomático a ser fechado nos próximos dois dias, somente o fato de o presidente ter um encontro marcado com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, já é mais do que significativo para esta etapa.

"É o homem que comanda o país", disse Amorim, destacando a importância de Xangai para os quase 500 empresários que acompanham a visita do presidente Lula.

Para seu colega do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, Xangai deve despertar mais o interesse de novos investidores. Os encontros serão menos focados em política e mais em oportunidades. Inclusive para pequenas e médias empresas, na indústria, no comércio e na agricultura.



As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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