O Ministério
da Saúde deve finalizar em 30 dias um estudo para saber
por que 120 crianças em todo o país tiveram
reações como choque anafilático e urticária
após o uso da vacina contra sarampo, rubéola
e caxumba (tríplice viral). O lote da vacina que apresentou
o problema, de acordo com o Ministério da Saúde,
foi recolhido e trocado pelo de outros fabricantes.
Em todo o país, foram registrados cinco casos de choque
anafilático e 115 de urticária. O secretário
de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou
que é natural o surgimento de reações
nas crianças devido a aplicação da vacina.
Segundo ele, o ministério considerou que o número
de ocorrências registradas no primeiro dia da vacinação
foi maior do que o esperado e se relacionava com uma das três
vacinas tríplice viral que estavam sendo utilizadas.
Barbosa afirmou que não há motivos que justifiquem
o fato de os pais deixarem de vacinar seus filhos. Segundo
ele, mesmo as crianças que apresentaram reações
à vacina estão imunizadas contra o sarampo,
rubéola e caxumba. O secretário informou ainda
que todas as crianças que apresentaram algum tipo de
reação à vacina não sofreram seqüelas
e passam bem.
"Que os pais não tenham dúvida de que
a vacina é um produto absolutamente seguro. Lógico
que, como qualquer remédio ou vacina, podem ocorrer
reações adversas, mas elas são de gravidade
incomparavelmente menor do que não vacinar e correr
o risco de uma nova epidemia de sarampo", ressaltou.
A última epidemia de sarampo no país ocorreu
em 1997. Na época, a doença causou 57 mil casos
graves e 61 mortes.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 7,6
milhões de crianças menores de cinco anos de
idade foram vacinas contra a pólio no último
sábado - primeiro dia da Campanha Nacional de Vacinação
contra a Poliomielite e Sarampo. Este resultado representa
44,92% da cobertura. Quanto ao sarampo, foram vacinadas 5,4
milhões de crianças entre 1 e 4 anos de idade,
o que corresponde a 39,4% da meta. A campanha termina no dia
3 de setembro e a meta é imunizar mais de 17 milhões
de crianças contra a pólio e 13,7 milhões
contra o sarampo. O investimento do governo na campanha é
de R$ 103,5 milhões.
EDNA SIMÃO
do Jornal do Brasil
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