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educação
28/09/2006

Escola não prepara aluno para sociedade contemporânea

Cássia Gisele Ribeiro
especial para o GD


"A atual geração tem o privilégio de acompanhar uma das grandes mudanças de fase na existência humana. No entanto, a escola não está acompanhando essa mudança". A afirmação é do sociólogo italiano Domenico De Masi, que chama de nova fase o período pós-industrial, comandado pela globalização e pelas novas tecnologias.

Segundo ele, esse é um dos motivos pelo qual as crianças não conseguem mais se interessar pela escola. "John Dewey dizia que a educação consiste em enriquecer as coisas de sentido e significado. E isso, a escola não proporciona, pois as crianças e jovens de hoje não entendem mais o sentido desse modelo de produção em série de ensino". Segundo o sociólogo, essa nova era tem um impacto na sociedade semelhante ao momento da descoberta da roda, do fogo, da escrita e da revolução industrial.

"A situação em que a educação se encontra hoje derruba o mito que a sociedade está sempre em evolução", disse. De Masi conta que, ao realizar uma pesquisa, analisou 30 livros sobre política contemporânea e nenhum deles via a educação como parte da discussão política. "No entanto Platão, ao escrever A República, dedicou um capítulo inteiro ao tema. A Grécia antiga cultivava uma valorização tanto da estética quanto do intelecto e devemos aprender que, conhecimento e qualidade de vida, são o que impulsiona a vida".

O sociólogo fala sobre a importância de aprender com os gregos a dar sentido a vida por meio da qualidade de vida e da saúde e, ao mesmo tempo, do desenvolvimento do intelecto. No período pós-industrial, o homem tem a possibilidade de passar mais tempo cuidando de sua qualidade de vida, já que as máquinas teriam a possibilidade de otimizar o tempo de trabalho.

"No entanto, não é o que acontece e o ser humano está cada vez trabalhando mais e com menos tempo para pensar", diz. "Luxo não é ter mais jóias, é ter mais tempo", brinca.

"É muito difícil ter um minuto de reflexão quando o homem se fez escravo de telefones, celulares, internet", afirma o sociólogo, famoso por pregar o ócio criativo. De Mais ironiza quando, mais uma vez, compara a sociedade pós-industrial com a sociedade da Grécia antiga. "Os gregos acreditavam que desafiar os deuses por meio da busca pelo conhecimento poderia ser digno de um castigo. Hoje a falta de tempo seria considerada um castigo dos deuses para a humanidade que se entregou à tecnologia".

   
 
 
 

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