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Leia
repercussão da coluna: Lula,
vá a Davos
Caro,
Fica
realmente difícil entender, por uma simples questão
de lógica argumentativa, porque a coluna conclui
com o que ela intitula (a não ser que a conclusão
sirva apenas para subsidiar o titulo, que parece, então,
querer valer-se por si só). Parece que temos
aí algo da ordem das palavras de ordem, coisa
das velhas cartilhas que alguns moderninhos gaiatos,
para mostrar "mudernidade", escarnecem como
quem gosta de bater em cachorro morto.
Mas
o cachorro está mortinho da silva e eu sinceramente
não entendo que "mudernidade" tão
passadista é essa que freqüentemente acomete
também os "elegantes" articulistas
da Folha, ao mesmo tempo que, muitas vezes (e olha que
não são poucas!), são os espíritos
dos velhos cachorros que baixam neles... como agora.
Dizer
que alguém possa "ensinar" aos "donos
do mundo" em Davos o que aprendeu em Porto Alegre
parece ou de uma ingenuidade atroz ou de um cinismo
cheio de soberba, daqueles que parecem dizer "vai
lá, meu filho, recitar um versinho para te chamarem
de bonitinho". É isso por acaso o que nosso
elegante articulista quer dizer com "se mexer"
para "mudar o mundo"?...
Realmente,
chega QUASE a ser engraçado. Marcar certa posição
sim pode ser até uma tática compreensível,
mas não dentro dos pré-esquemas discursivos
do inimigo. A não ser que agora Porto Alegre
queira legitimar Davos... Fora isso, não parece
mentalmente sadio dizer que no fundo no fundo não
existem territórios opostos. Fora das expectativas
recomendáveis de sanidade mental, ou isso é
hipocrisia da grossa ou é alguma forma muito
devassa de oportunismo (de todos os elegantes, "mudernos"
e outros quetais, bem entendido). Se Lula vai a Davos,
só pode ir a passeio, para visitar a velha e
intragavelmente conservadora Suíça, lugar
que, tendo gasto tanto tempo (compreensível)
em percorrer o Brasil, Lula não conhece.
Ricardo
Antonio
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