Lula,
vá a Davos
Rodrigo
Zavala
Equipe GD
Coordenadores
do Fórum Social Mundial (o maior encontro social do
planeta) e do Movimento dos Sem Terra (MST) pediram ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva que não vá
ao Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça),
em uma carta aberta. "Lula, não vá a Davos",
chegou a dizer o filósofo e sociólogo Emir Sader,
que comparecerá ao Fórum Social Mundial (FSM).
Segundo
Sader, o presidente não deve comparecer ao "banquete
dos responsáveis pela miséria do mundo".
Além disso, não deve emprestar seu prestígio
a "essa festa de poucos banqueiros responsáveis
pelas políticas que geram fome na África, Ásia,
América Latina e até aqui no Brasil. Lula não
deve ficar do outro lado da barricada".
Para saber,
Lula é o convidado mais simbólico do Fórum
Social Mundial, do qual participou de todas as edições
desde 2001, realizadas sempre em Porto Alegre - RS. O Partido
dos Trabalhadores (PT), do presidente, é um dos promotores
e patrocinadores do evento. Em fevereiro do ano passado, então
pré-candidato à presidência, Lula começava
a sua palestra Um outro Brasil é Possível, durante
o 2º Fórum Social Mundial, ao lado da economista
Maria da Conceição Tavares, professora emérita
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Ambos
criticavam duramente o Fórum econômico, tratando
tal evento como omisso e sem escrúpulos.
Lula explicou
de forma bastante sucinta o antagonismo entre os dois fóruns,
que ocorrem simultaneamente: "as diferenças estão
no fato de que o Fórum Econômico pode estar discutindo
como acumular mais riquezas, enquanto no Fórum Social
Mundial discute-se como distribuir melhor a riqueza existente."
No entanto,
Lula, em vários aspectos, deu continuidade a práticas
e discursos adotados pelo governo anterior. Não há
razão, claro, para repetir o que muitas vezes foi mal
feito, provocou desgaste na figura presidencial e, além
de tudo, colaborou para a derrota eleitoral.
Lula deve ir a Davos, sim! Deve levar aos "donos do mundo",
como são chamados durante o Fórum Social Mundial,
o que ele aprendeu em Porto Alegre nesse últimos dois
anos. Se alguém não fizer isso, será
muito difícil mudar o mundo. "Um novo mundo é
possível", diz o emblema do FSM, mas alguém
deve se mexer.
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