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REFLEXÃO


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10/11/2005
Terreiros de candomblé fazem campanha contra Aids

 
Carolina Lopes

Na cidade de Campinas, interior de São Paulo, terreiros de candomblé começaram a ser procurados durante as consultas espirituais para orientação e tratamento da Aids. Observando essa crescente procura, que na verdade é uma demanda maior entre a população negra (mais próxima dessa religião) é que mães de santo resolveram procurar ajuda. Nasceu então, de três terreiros - Mão Dango, Babá Toloji e Mãe Corajacy - em parceria com a Ação Artística para Desenvolvimento Comunitário (ACADEC), com o Centro de Referência de DST/Aids e outras entidades ligadas ao movimento negro, a campanha “Ninguém precisa ser Santo. Preserve seu Santuário!”.

O intuito da campanha é sensibilizar os filhos e filhas de santo sobre a importância da adoção de práticas de prevenção no seu cotidiano e a realização de testes de HIV, para que a crescente contaminação que essa população esta submetida seja freada. Ao chegar no terreiro buscando apoio, os religiosos são encaminhados para órgãos competentes.

A incidência maior entre negros é uma situação que se repete em todo o Estado. A Aids mata duas vezes mais negros que brancos, segundo pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo.

A situação se deve, segundo a sanitarista Maria Cristina Ilario, coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de Campinas, a fatores sócio-culturais da trajetória histórica dessa população no Brasil. Ela observa que o avanço da pandemia de aids no País obedece tendência de feminilização, juvenilização, interiorização e pauperização, sendo que quanto mais exposta a exclusão social ( acesso a bens de consumo, a equipamentos sociais, educação formal e informação) maior a vulnerabilidade da população ou segmento social que se enquadram neste contexto.

Portanto, num país de maioria negra e/ou afrodescendentes, onde segundo dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), das cerca de 53 mil pessoas vivendo na pobreza, 69% são negros; e entre os cerca de 22 mil indigentes, 70% são negros, fica evidente a relação de vulnerabilidade desse contingente populacional com a pandemia.

O dado numérico sobre a incidência do HIV/aids e das DST entre a população negra, de acordo com a coordenadora do Programa DST/Aids de Campinas, ainda está em estudos, não havendo uma estimativa de quanto a população negra representa entre as pessoas vivendo com HIV/aids no município.
   
 
 
 

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