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05/11/2003
São Paulo tem prejuízo R$ 4 mi por mês com carros emplacados em outros estados

Vanessa Sayuri Nakasato

Cerca de R$ 4 milhões em multas de trânsito deixam de ser arrecadados, todo mês, pela Prefeitura de São Paulo, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). O prejuízo se deve aos carros com placas de outros estados que, por não receberem nenhuma pena, cometem todo tipo de infração nas ruas da capital paulista.

Para o vereador Celso Jatene (PTB) as empresas de locação de carro são os grandes responsáveis por esse fato, pois emplacam seus automóveis em outros estados propositalmente. “Eles querem viver das ruas de São Paulo, mas sem contribuir”, disse.

Além das multas, o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) mais barato fora de São Paulo motivam o crescimento dessa frota. Enquanto no estado paulista os motoristas e empresários tem de pagar uma alíquota de 4%, no Paraná, por exemplo, esse valor cai para 1%.

Hoje, o setor de locadoras representa 30% da frota de veículos com placas de outros estados que circulam todos os dias na cidade de São Paulo. As infrações cometidas por esses automóveis correspondem a 20% do total de multas emitido por mês pela CET.

Com o objetivo de regulamentar o serviço das locadoras de carros em São Paulo, Jatene criou um projeto de lei que obriga as empresas de locação a registrarem e licenciarem sua frota na capital. Seu texto foi aprovado pela Câmara Municipal no ano passado, mas vetado pela prefeita Marta Suplicy (PT) logo em seguida.

O motivo do veto, conforme a Prefeitura, é a inconstitucionalidade do projeto. “Essa proposta não pode ser discutida em âmbito municipal porque a questão é de âmbito federal. Se esse projeto fosse aprovado, com certeza sofreríamos processo judicial”, explicou um dos assessores do Palácio das Indústrias.

“A Constituição Federal estabelece que é de competência privativa da União legislar sobre matérias de trânsito. É por isso que a Prefeitura de São Paulo não tem nada a fazer”, afirmou a assessoria do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Conforme o vereador, o intuito não é entrar em conflito com a lei. É estabelecer normas para que São Paulo não continue parecendo “terra de ninguém”. Ele ressalta que a maior cidade do país possui regras, e seus moradores tem de respeitá-las.

“Não é justo milhões de paulistanos usarem o cinto de segurança, pagarem impostos, controlarem a velocidade, enquanto outros driblam tudo isso, colocam a vida alheia em risco e saem impunes”, enfatizou Jatene.

O vereador também questiona a real impossibilidade de sanção de seu projeto. “Se os assuntos relacionados ao trânsito dizem respeito ao governo federal, por que o rodízio, que é lei municipal, é permitido em São Paulo?”, indagou.

O site GD fez a mesma pergunta ao Denatran. A resposta enviada foi a seguinte: “Trânsito é diferente de ocupação do solo, circulação e da obrigação de as cidades promoverem medidas para mitigar a poluição e melhorar o padrão de vida (congestionamento)”.

Na opinião de Jatene, quando a Prefeitura quer, acontece. O vereador afirma que não importa o que acontecerá depois, mas continuará tentando derrubar o veto do Executivo.

 
 
 

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