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negociação
22/02/2005
Serra deve triplicar contribuição previdenciária de servidores
 

O prefeito José Serra (PSDB) encaminha hoje à Câmara dos Vereadores projeto em que deverá quase triplicar o valor da alíquota de contribuição do servidor público municipal, de 5% para 14%.

A alíquota de 14%, no entanto, é uma estratégia do prefeito para dar
margem de negociação com os servidores, que já se manifestam contra o aumento. Pelo acordo final, a alíquota ficaria em 11%.

O índice de 11% é o mínimo que Serra pode cobrar, uma vez que a reforma previdenciária aprovada durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a alíquota dos Estados e municípios não deve ser inferior à dos servidores federais.

Caso a alteração não seja feita até maio, a prefeitura não terá seu CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária) renovado pelo governo. Ele é necessário para conseguir transferências voluntárias de recursos
pela União, a celebração de acordos, contratos, convênios, empréstimos e
financiamentos.

Câmara
Na Câmara Municipal, o projeto não deverá enfrentar dificuldades para ser aprovado, já que a proposta é uma adequação à reforma previdenciária do PT em nível federal.

"Eu acho que vai haver boa disposição para aprovar porque o PT fez essa alteração no plano federal. Eles [oposição] sabem que as mudanças foram feitas no plano nacional", disse o líder do governo na Câmara, José Aníbal.

Ainda assim, há ameaças. Para o vereador Paulo Fiorilo (PT), a bancada quer primeiro ter o projeto em mãos para depois definir seu posicionamento.

"Primeiro temos que ver o que é o projeto. Depois, tem uma série de coisas que podemos discutir, como o cronograma de cargos e salários. Se o projeto não tiver consistência, vai ser difícil passar."

Resistência
Os servidores municipais já se mobilizam contra a reforma. De acordo com o secretário-geral do Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo), já foi declarada "guerra" contra o projeto.

"Já declaramos guerra contra a reforma de Serra. Há um abaixo-assinado correndo nas unidades de trabalho, protocolamos documentos em todos os gabinetes e estamos em discussão com outras entidades para fazer um ato unitário contra a proposta."

Atualmente, há em São Paulo 134.981 servidores ativos e 45.602 inativos. Eles contribuem para o Iprem (Instituto de Previdência de São Paulo) com 5% do valor de seus vencimentos, enquanto a prefeitura paga 2%.

O Iprem, porém, faz apenas pagamentos de pensão a cerca de 20 mil pessoas. Todos os demais benefícios previdenciários, como auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e por tempo de serviço, são pagos pelo Tesouro municipal.

Coletiva
A assessoria da prefeitura não confirma a informação de que a alíquota apresentada será de 14%. O projeto será apresentado hoje, às 15h, pelo secretários Aloysio Nunes (Governo) e Mauro Costa (Finanças), e por José Aníbal.


CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online

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