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transporte
26 /05/2004
Técnicos apostam em "ônibus-metrô" para SP

Um projeto elaborado por especialistas independentes e de empresas públicas ligadas ao Estado e à Prefeitura de São Paulo sugere a implantação de uma nova modalidade de transporte coletivo sobre pneus na região metropolitana, intermediária entre metrô e ônibus, cujo traçado inicial ligaria a cidade de Guarulhos à estação Tucuruvi do metrô (zona norte).

O trajeto de 20 km é inspirado no Transmilênio, tipo de corredor de ônibus adotado com sucesso em Bogotá, na Colômbia, e que foi montado com a intenção de aprimorar as experiências de Curitiba (PR) nesse tipo de transporte.

Esse novo modelo, batizado no Brasil de TEU (Transporte Expresso Urbano), vende como um de seus principais diferenciais em relação às propostas anteriores de VLP (Veículo Leve sobre Pneus), como a do fracassado Fura-Fila, a existência de duas faixas de tráfego para os coletivos nas proximidades das estações, de forma que eles consigam fazer ultrapassagens, sem ficar enfileirados.

Essa característica aumenta a velocidade média dos veículos e permite a criação de linhas expressas, que ligariam as regiões de maior demanda sem a necessidade de parar em todos os pontos.

No traçado de Guarulhos a São Paulo sugerido como piloto está inserida a criação de um túnel de 3,35 km e de um viaduto de 150 m exclusivos desse sistema, ação adotada em Bogotá para garantir trajetos retos, sem desvios.

"A gente está acostumado a fazer passagem subterrânea para carro e não para ônibus. E os corredores sempre foram uma adaptação do sistema viário, e não os trajetos mais adequados para que eles tenham um bom desempenho", diz Claudio de Senna Frederico, que foi secretário dos Transportes Metropolitanos da gestão Covas/Alckmin, do PSDB, e que integra a equipe do TEU.

A idéia de aproximar esse sistema do padrão metroviário começa pela capacidade. No Transmilênio, ela atinge 37 mil passageiros por hora, próxima das linhas de metrô, contra 15 mil passageiros por hora na média de corredores.

A semelhança com a rede sobre trilhos se estende ainda às estações e ao monitoramento dos veículos em tempo real, de acordo com Nazareno Affonso, vice-presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos).

Esses investimentos em corredores de ônibus mais sofisticados têm se espalhado no mundo por serem opções mais baratas: enquanto um km de metrô se aproxima de US$ 100 milhões, um km do Transmilênio saiu por US$ 7 milhões. Os criadores do TEU falam em até US$ 9 milhões por km.

O Transmilênio, implantado há quatro anos, inspirou a criação de um TranSantiago, no Chile, e tem influenciado mais de 30 projetos de BRT (Bus Rapid Transit) nos EUA, bem como investimentos da China, da África e da América Latina em corredores de ônibus.

Além do percurso inicial, há estudos para modelos semelhantes no corredor da avenida Celso Garcia (centro-zona leste de SP) e na ligação de Diadema (ABC paulista) ao Brooklin, zona sul da capital. Os projetos são feitos com a participação de técnicos do Metrô, da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e da SPTrans (São Paulo Transporte), em parceria com a ANTP.

Críticos desse modelo avaliam que a capacidade de expansão dele é limitada, por conta de vias estreitas em São Paulo que impediriam a adoção de duas faixas de rolamento -exceto com obras que encarecem a construção.

ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo

 
 
 

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